Ativistas indígenas da Amazônia ganham premiação nacional Megafone

As jovens ativistas Txai Surí e Samela Sateré 'levaram' o Megafone de Ativismo em defesa da Amazônia e seus povos (Thiago Alencar/Agência Amazônia)

24 de abril de 2023

21:04

Mencius Melo – Da Agência Amazônia*

MANAUS – As ativistas Samela Sateré e Txai Suruí sagraram-se vencedoras da segunda edição do Prêmio Megafone de Ativismo. O Megafone é uma premiação brasileira para iniciativas e pessoas que se destacaram no exercício do ativismo no País. A amazonense Samela Sateré ganhou na categoria “Perfil de Redes Sociais” e a rondoniense Txai Suruí na categoria “Megafone do Ano”. Os vencedores, nas 12 categorias, estão sendo anunciados via redes sociais pela organização do evento. A atriz e humorista Nathalia Cruz foi a escolhida para fazer os anúncios, e o artista Mundano escolhido para criar o troféu.

Organizador do Megafone, Digo Amazonas fez uma correlação das faces que envolvem a premiação e o ativismo celebrado pelo Megafone, já que a iniciativa defende direitos humanos, direito dos povos indígenas, defesa da democracia, entre outras pautas. “Embora sejam assuntos diferentes, todos têm relação entre si, uma vez que direitos humanos e a preservação ambiental são intrinsecamente relacionados com regimes democráticos”, chamou a atenção o organizador.

Cartaz do documentário ‘O Território’ e as premiações, no festival de Sundance em 2022 (Reprodução/Internet)

A premiação, bem como a atuação do Megafone, conta com parcerias, entre elas: Greenpeace Brasil, Pimp My Carroça, WWF Brasil, Engajamundo, Instituto Socioambiental e Sumaúma Jornalismo. Digo aproveitou para fazer um balanço positivo dos últimos anos no Brasil. “Democracia, meio ambiente e direitos humanos foram também as áreas mais atacadas pelo Governo Bolsonaro. O que o Prêmio Megafone destaca é a reação da sociedade civil em luta por seus direitos assegurados pela Constituição e que estiveram em risco nos últimos anos”, observou.

Documentário

Txai Suruí, além de ser reconhecida ativista política, é também produtora executiva do documentário “O Território”. O audiovisual é dirigido por Alex Pritz. O filme já havia sido premiado no Festival de Cinema de Sundance de 2022, onde venceu nas categorias “World Cinema Documentary”, escolha do público, e “Documentary Craft”, com premiação especial do Júri. O documentário retrata a história da luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau para proteger suas terras, em Rondônia, a partir de sua visão e identidade. De acordo com a produção do Megafone, nesta categoria, 60% dos finalistas eram mulheres.

A ativista Samela Sateré em um dos inúmeros atos em defesa da Amazônia e das populações indígenas (Reprodução/@sam_sateremawe)

Já a amazonense Samela Sateré, originária do povo Sateré Mawé, ganhou a categoria “Perfil de Redes Sociais”. A jovem ativista foi escolhida entre as pessoas que melhor usaram seus perfis de redes sociais em defesa de causas humanas e ambientais em 2022. Samela foi reconhecida pelo seu ativismo em questões prioritárias. Em suas redes, ela debate e discute temas relacionados a direitos indígenas, questões socioambientais, feminismo, entre outros.

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(*) Com informações da assessoria