Belém será sede da 26ª Convenção de Solidariedade com Cuba

Evento busca ampliar o intercâmbio entre Cuba e Brasil (Reprodução/Agência Pará)

27 de abril de 2023

19:04

Michel Jorge – Da Agência Amazônia

BELÉM (PA) – Conhecida por ter sediado em 1835 uma das maiores revoltas populares e sociais do Brasil, a cidade de Belém acolherá, de 8 a 11 de junho de 2023, no Centro de Convenção Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a 26ª Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba.

O evento, que busca ampliar o intercâmbio entre Cuba e Brasil, procura parcerias na área da cultura, educação, saúde, turismo, possibilitando o surgimento de ações solidárias e negócios bilaterais, além de fortalecer a defesa da revolução cubana e a soberania dos povos latino-americanos.

As inscrições para o encontro já estão abertas para quem deseja participar das diversas atividades como mesas de debates, palestras e grupos de trabalhos oferecidos ao longo de quatro dias de evento.

Evento acontece entre 8 e 11 de junho (Reprodução)

Laços de irmandade

Há 30 anos, Cuba atravessou um dos períodos mais difíceis desde a revolução, com a dissolução da União Soviética e o arrocho do bloqueio econômico americano. Diante disso, o Movimento de Solidariedade a Cuba decidiu realizar diversas convenções nacionais para agregar apoiadores, partidos, organizações e movimentos para ampliar o intercâmbio entre os dois países.

Em 2022, um intercâmbio de ações entre Belém e Havana, capital de Cuba, foi oficializado com a assinatura de um Memorando de Entendimento entre as cidades. O documento foi assinado pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e pelo encarregado de Negócios de Cuba, no Brasil, Adolfo Castellanos para parcerias nas áreas da saúde, esporte, educação, turismo e cultura. Durante o evento, o prefeito destacou o potencial do País da região do Caribe e relembrou da assinatura do acordo de cidades-irmãs entre Belém e Havana, em 2004.

“Cuba é um País pequeno, mas muito criativo. Em termos culturais, a influência da música, na área de esportes – os mestres do pugilismo aqui do Pará se formaram em Cuba. A saúde é totalmente pública. Tenho certeza que essa cooperação tem muito a nos dar e eles a receber”, afirmou o prefeito de Belém.

Referência em saúde e educação

Dados do site da Embaixada de Cuba, no Brasil, apontam que, em 1958, 23,6% da população cubana era analfabeta. No campo, a taxa de analfabetismo era de 41,7%. Em dezembro de 1961, ao final do primeiro ano da campanha, a taxa de analfabetismo, no País, havia caído para 3,9%. Depois da erradicação do analfabetismo iniciou-se um processo de paulatina universalização da educação.

Nos primeiros três anos após a tomada do poder, a política de saúde em Cuba foi dedicada à atenção aos principais problemas que atingiam a população, à extensão dos serviços a todas as áreas do País e ao início de um processo de integração que, na década de 1970, resultou no estabelecimento do Sistema Nacional de Saúde, tornando-se referência internacional.

Programação

A 26ª Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba contará com uma programação composta de diversas mesas e palestras para discutir os principais assuntos relacionados à sociedade cubana como:

  • A estrutura sócio-política de Cuba frente ao bloqueio;
  • Saúde em Cuba e os movimentos sociais – soberania nacional por meio da biotecnologia frente aos desafios da Pandemia de Covid–19;
  • O sistema de saúde em Cuba. Desenvolvimento e projeções do setor de biofarmacêutica cubano;
  • Educação como pedra angular da Revolução Cubana;
  • Construindo a formação superior em uma nação bloqueada;
  • O compromisso histórico da juventude cubana no processo revolucionário.

Todas as palestras contarão com a presença de autoridades e personalidades cubanas convidadas para aprofundar e disseminar o conhecimento relacionado à sociedade cubana. Contaremos com a presença de:

Fernando Gonzalez (herói cubano, presidente do Icap); Exmo. Sr. embaixador Adolfo Curbelo Castellano (Embaixada de Cuba); Dr. Eduardo Martinez Diaz (presidente da BioCubaFarma); Elizabeth Hernandez do Gonzalez, diretora do Ciren (Centro Internacional de Restauração Neurológica de Cuba); René Gonzáles Barrios (diretor do Instituto Fidel Castro); Mirian Nicado García (reitora da Universidade de Havana); Raul Alejandro Palmero (secretário da UCJ, na cidade de Havana).