18 de setembro de 2023
14:09
Ívina Garcia – Da Agência Amazônia
MANAUS (AM) – A última semana de setembro terá uma onda de calor que deverá elevar os termômetros acima de 30°C, podendo chegar até 40°C em diversas partes do País, segundo o site do Climatempo. Na primeira quinzena de setembro, o Amazonas já havia registrado o segundo dia mais quente da história, com termômetros marcando 37,8°C.
Outras partes da Amazônia devem ser afetadas; Rondônia, Tocantins e Pará também devem sofrer com a onda de calor. Além disso, Estados da região Sul e Sudeste devem enfrentar o clima quente, principalmente na região Sudoeste de Santa Catarina e Sul e Centro-Sul do Pará.
Com a umidade relativa do ar de volta à atenção, especialistas da Mayo Clinic alertam para que a população se mantenha hidratada e siga recomendações de saúde para evitar doenças ocasionadas pelo calor extremo. Entre os riscos relacionados ao calor estão câimbras, exaustão e insolação, além da desidratação e problemas respiratórios causados pelo clima seco.
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Siga as recomendações:
- Beber bastante água: hidratação ajuda o corpo a suar e manter a temperatura normal
- Roupas leves: ajuda na circulação de ar e enfrentar o calor
- Protetor solar: previne câncer de pele e ajuda na proteção e hidratação do corpo contra queimaduras
- Evite ambientes fechados: evitar passar muito tempo em carros sob o sol e locais com aglomeração
Além das recomendações padrões, o médico da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), Abrão Cury, alerta para cuidados com os rins e o coração, áreas também afetadas pela exposição contínua ao calor. Em entrevista à Folha de São Paulo, Cury alerta também para a ingestão de álcool no período. “Outra coisa no calor é que as pessoas pensam que bebida alcoólica serve como hidratante, mas o álcool também faz a pessoa perder líquido”, diz Cury.
Conforme Cury, a exposição ao calor por tempo prolongado provoca dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial e pode levar à sobrecarga da circulação. Combinado com isso, o tempo seco pode ainda causar irritação no nariz. Por isso, o especialista recomenda lavagem com soro fisiológico nos olhos e narinas.
Fumaça
No Amazonas, além da onda de calor, a fumaça causada por queimadas no período também é responsável por intensificar problemas respiratórios e causar ardência nos olhos. A REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA conversou com pacientes em Manaus, afetados diretamente pela intensa neblina de fumaça que atingiu a cidade nas primeiras semanas de setembro.
“Eu começo a passar mal, sinto falta de ar. E se a fumaça for preta, ela deixa minha visão um pouco embaçada, aí não consigo nem enxergar direito”, conta Luiz Eduardo Pereira de Araújo, de 10 anos, que já passou pelo pronto-socorro pelo menos duas vezes no período e conversou com a CENARIUM no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic+) Josephina de Mello, localizado na zona Sul de Manaus, onde estava para mais uma consulta.
Já a assessora de comunicação Rafaely Mendonça já sentia, desde o começo de setembro, o impacto da fumaça, o que intensificou seus problemas respiratórios. Ela precisou se ausentar do trabalho para ir a uma unidade de saúde, além de interromper afazeres domésticos.
“Meus olhos estão ardendo e as costas doendo. Teve um momento, durante a noite, que eu espirrava sem parar, até quase ficar sem ar”, conta. “Com os olhos ardendo e muita dor de cabeça fica difícil trabalhar. Ontem, tive o dia todo com crises, não consegui fazer nada, só espirrava o dia todo, fora que o corpo dói, não dá para arrumar a casa ou fazer trabalho doméstico porque qualquer coisa a crise volta, ou pode piorar. No meu caso, como tenho rinite, se pegar em poeira, eu pioro”.