Com preço da cesta básica em alta, economista dá dicas para economizar no mercado

No mercado, pessoa usa calculadora. (Divulgação)

14 de abril de 2022

10:04

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O preço dos alimentos continua aumentando e a tendência é que essa alta continue. Em março, a inflação dos alimentos que compõem a cesta básica disparou no Brasil, segundo um estudo de professores do curso de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), divulgado pela Folha de S. Paulo. À CENARIUM, a economista Denise Kassama deu sete dicas para as famílias economizarem nas compras de comida.

Conforme os pesquisadores, a inflação superou a marca de 20% no acumulado de 12 meses. A alta de preços veio em um contexto de pressões do clima adverso, do encarecimento dos custos de fretes e da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na passagem de fevereiro para março, a inflação da cesta básica acelerou de 2,02% para 5,27% no Brasil. Assim, a alta acumulada em 12 meses também teve um salto: de 12,67% para 21,46%.

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Alimentos mais caros na cesta

O estudo da PUCPR tem como base os dados de alimentos dentro do IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, os maiores aumentos entre os produtos da cesta básica foram registrados por tomate (27,22%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), feijão (6,43%) e batata-inglesa (4,89%). Banana prata (-4,78%) e contrafilé bovino (-0,07%), por outro lado, recuaram.

Já no acumulado de 12 meses até março, as maiores altas vieram de tomate (94,55%), café (64,66%), açúcar cristal (35,68%), batata-inglesa (27,15%), óleo de soja (23,75%) e margarina (20,09%). A única queda no período foi a do arroz (-13,88%).

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Kassama explica que a inflação no Brasil é basicamente uma inflação de custos, ou seja, os preços estão subindo porque os custos de produção ficaram mais caro. Para reduzir, é necessária uma política econômica do governo federal, assim como até o fim da guerra na Ucrânia.

“A Rússia é um dos maiores produtores e exportadores de gás e petróleo e a guerra mexe com mercados globais, como é o caso dos combustíveis, por exemplo. O aumento dos preços dos combustíveis impacta em praticamente todos os produtos produzidos ou cultivados no País, pois tudo depende de frete”, pontua Kassama.

Veja dicas da economista para economizar no supermercado:

  1. Faça uma lista e seja fiel a ela. Antes de sair para comprar o rancho, é necessário fazer uma lista dos itens, de preferência, ordenando por prioridades. O uso da lista reduz a possibilidade de comprar itens por impulso e estourar o orçamento;
  2. Pesquise os preços. Hoje, com o auxílio da internet, é possível verificar quais estabelecimentos ofertam os itens da lista com preços mais em conta. É recomendado dar preferência aos que oferecem mais produtos em conta;
  3. Analise o preço em vários estabelecimentos, buscando o mais barato de cada item. Com os combustíveis com preços pela “hora da morte”, a economia nos itens da cesta básica pode acabar sendo gasta na locomoção. “Vale mesmo a pena atravessar a cidade só para comprar um ou dois itens?”, questiona Kassama;
  4. Não leve os filhos pequenos nas compras, pois eles tendem a pedir coisas que não estão na lista de compras;
  5. Compre hortifrútis nas feiras. São mais frescos, mais baratos e ainda é possível ajudar o produtor rural;
  6. Varie o cardápio. É preciso buscar fontes de proteínas mais baratas, como porco, aves ou mesmo peixes. Se não abre mão de carne vermelha, pode buscar outras opções. “Uma carne de primeira pode ser tão gostosa como qualquer outra, dependendo da pesquisa”, lembra a economista;
  7. Evite desperdícios. Deve planejar bem a compra em função do consumo da família e comprar o suficiente para abastecê-la durante o período, evitando que os alimentos pereçam.