Conhecido como ‘Campeão do Povo’, José Aldo se aposenta do UFC; ‘nome gravado’, diz irmã de amazonense

De acordo com o UFC, ele entrou em acordo com a organização para encerrar seu contrato e se aposentar do MMA, o que foi atendido (Reprodução/Redes Sociais)

20 de setembro de 2022

16:09

Karol Rocha – Da Agência Amazônia

MANAUS – A notícia de que o lutador amazonense José Aldo Júnior, 36 anos, se aposenta dos octógonos foi bem recebida pela família e amigos do ‘Campeão do Povo’, como ele é popularmente conhecido. O manauara, nascido no bairro Alvorada, Zona Oeste da capital, venceu 31 lutas, perdeu apenas oito, e é um dos maiores nomes da história do MMA (Mixed Martial Arts) da atualidade.

No último domingo, 18, o ex-campeão peso-pena do UFC (Ultimate Fighting Championship) anunciou aposentadoria do esporte. De acordo com o canal Combate, ele entrou em acordo com a organização para encerrar seu contrato e se aposentar do MMA, o que foi atendido. Em Manaus, a família continua na torcida pelo sucesso do lutador, que ainda neste domingo, viu o seu segundo filho, José Aldo Terceiro, vir ao mundo.

“Quando criança, Aldo sempre gostou de esporte, sempre foi muito competitivo, até conseguir ser o que ele almejava. Ele queria ser lutador de jiu-jítsu, só que a vida e o esporte o levou para o MMA. Foi árduo, a gente passou muitas dificuldades e, hoje, olhando para trás, os dez anos que ele ficou invicto trouxe muitas alegrias, muitas emoções e ele é merecedor de tudo isso”, relembrou a irmã mais velha, a professora Josilene Oliveira, 43 anos, sobre o início difícil da carreira do irmão caçula.

Ao todo, José Aldo tem 16 anos de carreira. Ele entrou no UFC já como campeão dos penas, mérito que conquistou no antigo World Extreme Cagefighting (WEC), comandado pela mesma produtora do UFC que se fundiu com o Ultimate em 2010. O brasileiro defendeu o cinturão até 2015 e ficou invicto, por dez anos, superando 17 adversários no caminho.

“Lembro muito das primeiras vezes que ele começou a lutar. A gente se reunia para assistir, meu pai, na época que estava vivo, não assistia a luta, ele só queria saber do resultado. Quando ele foi campeão, foi uma emoção tremenda”, conta a irmã que, hoje, mora no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

José Aldo Júnior ao lado de seu pai (Acervo Pessoal)

“Ele veio a Manaus. O último final de ano que a gente passou junto foi de 2009 para 2010. Seis meses depois desse encontro o meu pai faleceu. Meu irmão tinha acabado de ser campeão, quando o nosso pai faleceu”, relembrou. Hoje, Josilene Oliveira guarda boas memórias do irmão e se orgulha em contar a todos como José Aldo iniciou no esporte que o deixou mundialmente conhecido.

“O nome dele está gravado e ninguém pode apagar isso. Ele é um excelente irmão, esposo e, agora, está megafeliz porque nasceu o Aldinho Terceiro. Graças a Deus, ele se aposentou sem nenhuma sequela desses anos todos que lutou. Agora, eu espero que ele aproveite o filhinho dele e só colha as bênçãos que ele plantou durante esses anos”, finalizou ela.

Evento no qual reunia milhares de pessoas no dia do combate de José Aldo (Acervo Pessoal)

A dona de casa Jucely Barroso, 47 anos, uma das maiores fãs do lutador, fazia a coordenação dos eventos que acontecia na rua 13, bairro Alvorada 2, Zona Oeste da cidade. Milhares de pessoas se reuniam na rua para assistir o combate do amazonense.

“Aqui, chegamos a reunir 10 mil pessoas, até mais. Ver uma pessoa que saiu daqui do bairro Alvorada, da rua 13, e conquistar o mundo, ser invicto por dez anos, chegar onde chegou, por mérito dele, por esforço dele é, para mim, só orgulho. Me passa um filme na cabeça, do que aconteceu durante todos esses anos e, com certeza, o Júnior é um campeão”.

Os três irmãos Rosilene Oliveira, José Aldo Júnior e Josilene Oliveira (Acervo Pessoal)

A perda do cinturão e da invencibilidade foi na luta contra Conor McGregor, em 2015. Desde então, teve bons e maus momentos no esporte. O lutador chegou a recuperar o posto de campeão depois de vencer Frankie Edgar, combinado com a decisão de McGregor de subir para o peso-leve. Em 2017, defendeu o título contra Max Holloway e acabou sendo derrotado. Aldo chegou a fazer novas lutas, mas não recuperou o título.

Em 2019, o brasileiro encarou um novo desafio e desceu uma divisão até o peso-galo. Ele disputou o cinturão também nesta divisão, mas perdeu do russo Petr Yan. No combate, Aldo perdeu por nocaute, no quinto round, no que foi sua última tentativa de retornar ao topo. Após isso, encaixou uma sequência de três vitórias consecutivas até perder para o georgiano Merab Dvalisvili e encerrar a carreira.