Conselheira do TCE-AM denuncia conselheiro por ofensa: ‘Me chamou de vadia’

Presidente eleita do TCE-AM, Yara Lins e conselheiro Ari Moutinho (Reprodução)

06 de outubro de 2023

14:10

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS (AM) – A presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), conselheira Yara Lins registrou boletim de ocorrência, nesta sexta-feira, 6, contra o conselheiro da Corte de Contas, Ari Moutinho por ameaça e injúria. Yara afirma que foi xingada pelo conselheiro minutos antes da eleição que escolheu a nova mesa diretora do Tribunal para o biênio 2024-2025.

Nesse momento não está aqui a conselheira, está aqui uma mulher que foi covardemente agredida no Tribunal de Contas, dentro do plenário, antes da eleição, para me desestabilizar. Eu, quando estava no plenário, fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘Bom dia’. Ele disse: ‘Bom dia, nada. Safada, puta, vadia. Eu vou te fuder“, relatou a presidente eleita, em coletiva de imprensa.

Conselheira Yara Lins durante coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral do AM (Reprodução)

A denúncia foi formalizada na Delegacia Geral do Amazonas, localizada na sede da Polícia Civil do Amazonas, Zona Centro-Sul de Manaus, por volta das 9h da manhã. Segundo Lins, a ofensa ocorreu momentos antes da eleição do TCE-AM, na terça-feira, 3. Na ocasião, ela foi eleita presidente do Tribunal por cinco votos. Os outros dois foram em branco.

Eu acredito na Justiça de Deus e acredito nas autoridades do meu Estado e do Brasil. Eu peço Justiça porque eu sou a única mulher conselheira do Tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denúncia, mas eu não poderia me acovardar, como muitas, por ameaça e eu não aceito ameaça“, completou a conselheira.

Yara Lins foi a primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal de Contas do Amazonas, ainda em 2017. A AGÊNCIA AMAZÔNIA tenta contato com Ari Moutinho, para obter um posicionamento.

Veja momento em que conselheiro chama Yara de “vadia”
Influência

À imprensa, a advogada da conselheira, Catarina Estrella afirmou que além da ameaça e injúria, também foi denunciada a possibilidade de tráfico de influência, já que, de acordo com Yara Lins, o conselheiro tentou falou que iria entrar em contato com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, do Ministério Público Federal (MPF) e com o Supremo Tribunal de Justiça (STF).

Verifica-se três crimes: uma injúria, causada porque ela foi xingada no exercício da função. Se verifica o crime de ameaça e uma tentativa de tráfico de influência , de dizer que tinha ali, no STJ, influência sobre um determinado órgão“, explicou a advogada.

Estrella ainda afirmou que a agressão foi presenciada por presentes no local e que Ari Moutinho tem um comportamento repetitivo de agressividade. “Foi a primeira vez que ele fez isso diretamente com ela, no Plenário, mas o comportamento deste conselheiro, com outros colegas conselheiros, já foi questionado, já foi agressivo. Parece ser um comportamento repetitivo“, concluiu.

Editado por Eduardo Figueiredo