‘Consumidor vai sentir alívio no bolso’, diz economista sobre queda do IPCA em junho

Alimentos em supermercado (Reprodução/Agência Brasil)

11 de julho de 2023

20:07

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Empurrada pela queda no preço dos alimentos e transportes, a inflação oficial de junho apresentou queda de 0,08%, com 0,31 Ponto Percentual (PP) abaixo em relação ao mês anterior (0,23%), apresentando a primeira deflação nos últimos nove meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta a menor variação desde junho de 2017, quando o índice foi de -0,23%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%. O valor está abaixo da inflação prospectada para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25% para 2023. Segundo o Banco Central do Brasil, uma inflação baixa e estável traz vários benefícios para a sociedade. “A economia pode crescer mais, pois a incerteza na economia é menor, as pessoas podem planejar melhor seu futuro e as famílias não têm sua renda real corroída“, avalia o órgão.

Cesta básica mais barata (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Conforme o economista especialista em crescimento e desenvolvimento econômico e economia internacional, além de membro do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Inaldo Seixas, a inflação menor acarreta um resultado positivo para os consumidores, principalmente aqueles de baixa renda.

O consumidor vai sentir um certo alívio no bolso. Isso afetará positivamente essa parcela da população de baixa renda, que vai ter a oportunidade de adquirir mais alimentos com a mesma renda, tendo em vista que houve uma queda significativa no preço da alimentação“, disse.

logicpro-cenarium

Segundo o especialista, a inflação pode ainda apresentar um aumento no segundo semestre sem impactar negativamente os alimentos. Para ele, as expectativas do mercado são positivas. “Apesar de que se espera um ligeiro crescimento no segundo semestre, que possa levar a atingir, no fim do ano, 4,9%, mas isso são prognósticos, a realidade é que o mês de junho houve deflação e isso empurrou o índice a ser inferior à meta estabelecida para a inflação em 2023“, disse o economista.

O economista Inaldo Seixas (Reprodução)
Prospecção

Inaldo avalia que a aprovação das políticas públicas e econômicas implementadas pelo Governo Lula refletem, ativamente, na queda dos preços, apesar de serem projetos sem impacto imediato na legislação, como a Reforma Tributária. “Por mais que o impacto não seja imediato, isso fará com que já se emita expectativas para o mercado, com uma reorganização tributária, com o governo deixando de cobrar tributos de produtos na cesta básica, e isso a longo prazo pode já causar impacto no presente“, diz.

Além disso, com os programas de financiamento para o agronegócio e para a safra do pequeno e médio agricultor, tudo isso pode dar volume à produção e levar mais alimentos para a mesa do consumidor, contendo a elevação desses preços com um maior controle dos choques de preços relacionados à cesta básica“, explica o economista.

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