CPI para investigar dinheiro em secretaria de Manaus alcança assinaturas para instauração

Telão mostra maços de dinheiro em meio à plenário da CMM (Composição de Paulo Dutra/Agência Cenarium)

01 de abril de 2024

20:04

Marcela Leiros – Da Agência Cenarium

MANAUS (AM) – O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (Podemos), completou, nesta segunda-feira, 1º, a 14ª assinatura que faltava para a instalação da “CPI da Semcom”, que pretende apurar o pagamento de dinheiro em espécie pela Secretaria de Comunicação de Manaus (Semcom) a um portal de notícias local.

A assinatura foi confirmada pelo vereador ao final da sessão plenária desta segunda-feira. Segundo Caio André, ele aguardava a adesão dos 13 vereadores para que não o acusassem de influenciar na assinatura do documento por ser presidente da Casa Legislativa.

Para que não ficasse pecha de que eu estaria levando os vereadores a assinarem a CPI, eu só assinei no momento em que ela realmente já tivesse a 13 assinaturas“, explicou, complementando quais serão os próximos passos. “Hoje, ela já possui as 14 assinaturas e deve ser dada entrada na próxima sessão plenária. O requerimento deve seguir pra procuradoria da Casa para o exame de admissibilidade e, estando tudo ok, nós devemos instaurá-la“, afirmou.

O documento conta com as assinaturas dos seguintes parlamentares:

  • Rodrigo Guedes (Podemos)
  • Willian Alemão (Cidadania)
  • Capitão Carpê (sem partido)
  • Lissandro Breval (Avante)
  • Diego Afonso (União Brasil)
  • Everton Assis (União Brasil)
  • Professora Jacqueline (União Brasil)
  • Thaysa Lippy (Progressistas)
  • Marcelo Serafim (PSB)
  • Glória Carratte (PL)
  • Bessa (Solidariedade)
  • Jaildo Oliveira (PV)
  • Raiff Matos (PL)
  • Caio André (Podemos).

Caio André ainda ressaltou que sempre foi a favor do esclarecimento da situação registrada pelo homem identificado como Arthur Catão, que se filmou buscando um valor em dinheiro na Semcom, secretaria que funciona nas dependências da Prefeitura de Manaus.

Quero deixar claro que sempre fui e sou a favor de que haja essa investigação e o esclarecimento, acima de tudo, tanto da Secretaria de Comunicação do Município quanto do que houve em relação àquele vídeo. Isso precisa ser esclarecido, sem sombra de dúvidas, o que não está claro até hoje, e a CPI tem ferramentas para isso“, concluiu.

Recebimento de dinheiro

A CPI da Semcom vai apurar o pagamento, em dinheiro, da Semcom ao site “O Abutre”, conforme vídeo divulgado pelo portal Metrópoles no dia 14 de março. As imagens mostram um homem, identificado posteriormente como Arthur Catão, abrindo um envelope com dinheiro em espécie em um banheiro apontado como sendo dentro da Prefeitura de Manaus, localizada no bairro Compensa, Zona Oeste da capital amazonense.

Após a divulgação do material, o secretário da Semcom, Israel Conte, prestou esclarecimentos na CMM sobre o vídeo gravado dentro da Semcom por Arthur Catão e afirmou que a gravação se tratava de uma farsa. Ele mostrou um laudo elaborado pela empresa Smart Perícias, que apontou indícios de manipulação das imagens.

Por outro lado, conforme mostrou a AGÊNCIA CENARIUM, com exclusividade, na sexta-feira, 22, o advogado Fabrício Leandro Gomes da Silva, que acompanhou o cliente dele, Arthur Catão, na Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor/AM), afirmou que o vídeo é legítimo.

“O vídeo não é manipulado. O vídeo é legítimo. A gente só vai esclarecer nos autos. Vamos falar para a autoridade policial. Agora, vai haver a investigação para saber as circunstâncias”, declarou o advogado de Arthur.

Da esquerda para direita: Fabrício Leandro Gomes (advogado) e Arthur Catão em delegacia de Manaus (Marcela Leiros/Agência Cenarium)

Questionado ainda se Arthur Catão recebeu vantagem para gravar o vídeo na sede da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), o advogado negou que ele tenha recebido proveito econômico.

Arthur chegou à Deccor às 9h e prestou depoimento na delegacia até as 12h. Na saída, a CENARIUM o questionou sobre a legitimidade da gravação do vídeo dentro da Semcom e a data em que foi feita a filmagem. Ele disse que só vai falar à polícia e não respondeu às perguntas da reportagem.

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Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona