13 de fevereiro de 2024

21:02

Yuri Siqueira – Da Agência Cenarium

BELÉM (PA)- A busca por destinos turísticos que oferecem sustentabilidade ambiental tem transformado a indústria do turismo global. Nesse contexto a Amazônia emerge como protagonista, onde comunidades indígenas e ribeirinhas recebem através do turismo sustentável uma ferramenta para a preservação de seus territórios e culturas.

Segundo dados da Sociedade Internacional de Ecoturismo (Ties), a procura por destinos ecologicamente responsáveis cresce aproximadamente 3% ao ano no mundo inteiro. O levantamento aponta que a Amazônia se destaca como um polo de turismo sustentável, onde a conservação ambiental e o respeito às comunidades locais são prioridades.

A Organização Mundial de Turismo (OMT) define turismo sustentável como atividades que satisfazem as necessidades dos turistas, mas que acima de tudo protege e amplia as oportunidades para as regiões receptoras. Esse modelo busca equilibrar o desenvolvimento turístico com a preservação ambiental e cultural, assegurando benefícios a longo prazo.

Projeções da OMT estimam que, até 2030, o número de turistas internacionais atinja 1,8 bilhão, um aumento significativo em relação aos atuais 1,2 bilhão. O Brasil se posiciona como destaque no cenário do turismo sustentável, ocupa o 7º lugar entre os 10 países mais engajados, conforme indicado pelo The Economist, e a 54ª posição no Sustainable Travel Index.

Pesquisas revelam que 39% dos viajantes optam por destinos sustentáveis em suas viagens. Além disso, turistas brasileiros demonstram disposição para pagar 21% a mais por experiências e hospedagens que adotem práticas sustentáveis. Este engajamento do mercado brasileiro destaca uma crescente conscientização sobre a importância de apoiar iniciativas que promovam o turismo sustentável.

De acordo com a turismóloga, Águila Chaves, o turismo pode ser entendido como deslocamento da sua residência para outro local, para fins de lazer, mas também cultural, de negócios, ou de visitas familiares.

Águila comenta que as atividades que envolvem esse sistema são basicamente transporte, alimentação, hospedagem, e outros elementos como visitações, atrativos culturais como os parques, praias, museus, unidade de conservação, manifestações religiosas entre outros.

A turismóloga afirma que o turismo sustentável se desenvolve a partir de articulações, com o governo, com o mercado e também com a vontade da comunidade receptora.

“Não podemos implementar turismo em qualquer local de grande potencial com atrativo natural e cultural sem que a população daquele local fique sabendo, e tenha vontade de participar desse processo. A sustentabilidade para de fato acontecer precisa que os processos de decisão passem por todos os interessados, inclusive para quem vai receber direto ou indiretamente determinada atividade”, comentou.

Ainda segundo a especialista, a comunidade receptora precisa ser atendida por serviços públicos básicos, com infraestrutura, saneamento, serviços de saúde e outras políticas. Além disso, é fundamental que a população seja treinada e capacitada para receber os viajantes que vão se deslocar para determinada localização.

“A educação é fundamental em todos os níveis, do básico ao profissional. A sustentabilidade vai para além do ambiental. Para ser bom para o turista precisa primeiro ser bom para o cidadão que mora naquele ponto turístico. Depois da articulação de maneira participativa é necessário fazer o levantamento e diagnostico do potencial turístico do local”, disse Águila.

A empreendedora paraense Rafaela Gomes, é proprietária de uma Agência de Turismo que realiza viagens constantemente, ela afirma que os destinos mais procurados são os que desfrutam de belezas naturais e que são ecologicamente preservados.

Rafaela comenta que existe treinamento com viajantes para que a viagem seja uma experiência incrível, mas com muito respeito e cuidado com o meio ambiente e locais que são visitados.

“Nosso trabalho vai além da visita, queremos proporcionar uma lembrança especial para quem contrata nossas viagens. Mas para isso existem regras e todo um respeito na preservação ambiental dos locais que vamos. São atitudes simples como ter cuidado com o lixo, não utilizar material descartável e também apreciar e investir no trabalho daquela comunidade que está nos recebendo”, afirmou.

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