26 de outubro de 2022
08:10
Priscilla Peixoto – Da Agência Amazônia
MANAUS – De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até junho de 2020, a intersexualidade integrava, em média, 1,7% dos recém-nascidos no mundo. Neste 26 de outubro, essa parcela da população celebra o ‘Dia da Visibilidade Intersexo’ – pessoa que nasceu, fisicamente, entre (inter) o sexo masculino e o feminino, tendo parcial ou completamente desenvolvidos ambos os órgãos sexuais, ou um predominando sobre o outro.
A data formulada pela ONU Livres & Iguais, Associação Brasileira de Intersexos e a Associação Brasileira Profissional pela Saúde Integral de Travestis, tem o intuito de promover conhecimento e conscientização quanto à pauta. Para celebrar a data, a AGÊNCIA AMAZÔNIA destaca alguns pontos relevantes, em relação ao assunto, baseados em informações da Associação Brasileira de Intersexos (Abrai).
A associação trabalha em ações focadas na conscientização sobre as variações sexuais e as questões intersexos, defendendo políticas públicas de inclusão deste grupo populacional no Brasil e promovendo campanhas de solidariedade para apoiar pessoas intersexos vulneráveis no País.
Definição
“Intersexual é a pessoa que nasceu fisicamente entre (inter) o sexo masculino e o feminino, tendo parcial ou completamente desenvolvidos ambos os órgãos sexuais, ou um predominando sobre o outro. (…) Os sujeitos intersexuais, que não são poucos, são os mais invisíveis de todas as categorias sexuais. Provavelmente porque é a que mais desafia o binarismo sexual”.
(Do livro Intersexo, p. 39 e 47, ed. RT, 2018)
- Intersexualidade não é doença, mas uma condição biológica;
- Características não se encaixam nas definições típicas do masculino ou feminino;
- Essas características podem ser tanto externas quanto internas (fenotípicas- conjunto de características observáveis de um organismo – biológicas; anatômicas ou cromossômicas);
- Atualmente, são identificadas mais de 54 variações da intersexualidade;
- No Brasil, a estimativa é que mais de 167 mil pessoas sejam intersexuais, segundo a ONU;
- “Os casos de intersexualidade mais comuns são: Hipospadia, Criptorquidia, Clitomegalia, Micropenis, Síndrome de Klinefelter, Hiperplasia Adrenal Congênita e Síndrome de Turner“;
- Mesmo não sendo questão de identidade de gênero ou orientação sexual, pessoas intersexo integram a pluralidade e diversidade representada pela letra I na sigla LGBTQIAP+;
- Uma pessoa intersexo pode ser assexual, heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual, como qualquer pessoa típica (macho e fêmea);
- Designar um gênero a uma pessoa, ao seu nascimento, não garante que ela se reconhecerá com esse gênero ao longo da sua vida, e pessoas que nasceram com traços intersexo que tenham sido socializadas com qualquer gênero também podem ser pessoas transexuais, travestis ou com demais variabilidades de gênero;
- Muitas pessoas intersexos submetidas a intervenções cirúrgicas na infância sentem que foram forçadas a adotar um gênero que não as contempla, ocasionando graves traumas quando adultos;
- A intersexualidade é um termo “coringa” que abrange diversas condições. Somente uma pequena fração se enquadra no que, antigamente, nomeava-se “hermafroditismo”, ou “pseudo-hermafroditismo”. Ainda assim, o termo deve ser evitado, por ser estigmatizador e incorreto. Em resumo, é possível a pessoa ter vagina e pênis, mas não apresentar os dois sistemas completos, tendo testículo, ovário ou ‘ovotestis’, sendo só um órgão capaz de produzir gametas- células reprodutivas responsáveis pela formação de uma nova vida e continuidade das espécies animais.
Para saber mais sobre a assunto e ajudar na promoção dos direitos humanos das pessoas intersexos no Brasil acesso o site da Abrai.