‘Discurso de proteção da Amazônia não pode deixar população de joelhos’, diz governador do AM

O governador do Amazonas, Wilson Lima (Diego Peres/Secom)

09 de junho de 2023

21:06

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima, defendeu a manutenção da Zona Franca de Manaus (ZFM) durante entrevista à Folha de S.Paulo na quinta-feira, 8, em meio ao processo de transição da nova Reforma Tributária, que pode acabar com o incentivo fiscal da região, que é mantido há 56 anos.

O chefe do Executivo estadual fez uma avaliação das condicionantes necessárias para garantir a permanência das empresas beneficiadas pelas vantagens tributárias do modelo econômico local e disse que não existem maiores interessados em manter a floresta em pé do que os próprios amazonenses.

“Estou falando, sobretudo, de empregos. O Brasil não pode, sob o discurso de proteção da floresta, deixar a nossa população de joelhos, transformar a nossa população em pedintes”, disse Lima, em trecho da entrevista, sobre a construção de um novo modelo que garanta a empregabilidade e a manutenção do patrimônio ambiental no Estado.

“Não existe esse processo de transição da Zona Franca de Manaus para uma outra matriz econômica. No dia em que anunciar que vamos fazer um processo de transição, o empresário entende que não vai ter mais condições de ficar aqui e começa a desmobilizar hoje mesmo”, afirma Wilson.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, em pronunciamento, em Nova York (Reprodução/Secom)

Tratamento diferenciado

Ao jornalista Eduardo Cucolo, Lima disse que o relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com diretrizes para a Reforma Tributária, prevê um tratamento diferenciado para a ZFM, embora não diga qual será o mecanismo usado para manter a competitividade do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Ao final, Wilson Lima questionou sobre o papel e a importância da floresta amazônica para o País, ao defender a realidade local.

“Na hora em que essas pessoas estiverem desempregadas, elas vão partir para atividades como exploração de madeira e de minérios, porque a gente não tem outra fonte empregadora. A gente vai viver de quê, no Amazonas, se a Zona Franca de Manaus acabar? Qual a saída? Esse é o grande questionamento”, finalizou.

Leia a entrevista da Folha na íntegra aqui.