Dois Yanomamis são mortos e cinco ficam feridos durante ataque de garimpeiros em Roraima

A informação foi confirmada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana, Júnior Yanomami (Reprodução/Internet)

11 de abril de 2022

20:04

Yusseff Abrahim – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – Dois Yanomamis foram executados e cinco ficaram feridos no início da tarde desta segunda-feira, 11, durante conflito com garimpeiros e indígenas da Comunidade Tirei. A informação foi confirmada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana, Júnior Yanomami, que está em Brasília participando do Acampamento Terra Livre, para reportagem da REVISTA CENARIUM.

O líder indígena explicou que garimpeiros estão armando a Comunidade Tirei, favorável ao garimpo, e incitando o conflito com a aldeia Yanomami, situada na parte baixa do rio, que está sendo afetada pela exploração.

“Foi um tiroteio, mas contra uma comunidade que não tinha armas, e terminaram pegando um Yanomami de facão. É uma situação muito triste”, explicou Júnior.

O dirigente esclareceu como o fato serve para ilustrar toda a cadeia de problemas que se escalam, desencadeados pela situação do garimpo ilegal.

“Os garimpeiros não estão levando apenas barzinho e material para garimpar. Os garimpeiros estão levando armamento pesado. É fuzil, submetralhadora, para intimidar as comunidades que não conseguem responder. Então, trabalham com medo porque várias vezes já, nos anos 80 e 90, fomos muito massacrados, ninguém quer mais ser morto por garimpeiros”, explicou.

O assassinato dos Yanomami na região do Xitei, no município de Alto Alegre, acontecia no momento em que os indígenas, reunidos no Acampamento Terra Livre, em Brasília, estavam nos preparativos finais para o ato “Ouro de Sangue”, que colocou alegorias de barras de ouro gigantes, lama e tinta vermelha na frente do Ministério das Minas e Energia, representando os indígenas mortos pela mineração e o garimpo ilegal.

“Aconteceu ao meio-dia de hoje enquanto a gente se preparava para protestar aqui contra os garimpeiros. Os relatos que recebemos é uma situação lamentável. Responsabilidade e culpa do governo que não retira os garimpeiros”, ressalta Júnior.

MPF já pediu ação da União

Após constatar a ocupação por garimpos ilegais na região conhecida como Serra dos Surucucus, em Roraima, o Ministério Público Federal (MPF) protocolou em 31 de março, um pedido à Justiça para que a União combata as ações na crise humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY).

As imagens da ocupação dos garimpos ilegais correram o mundo com as pistas de pouso da saúde indígena dominadas pelos garimpeiros que, a cada dia, realizam investidas com violência e intensificam a degradação do habitat tradicional dos Yanomami.

Veja o momento do tiroteio

Yusseff Abrahim – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – Dois Yanomamis foram executados e cinco ficaram feridos no início da tarde desta segunda-feira, 11, durante conflito com garimpeiros e indígenas da Comunidade Tirei. A informação foi confirmada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana, Júnior Yanomami, que está em Brasília participando do Acampamento Terra Livre, para reportagem da REVISTA CENARIUM.

O líder indígena explicou que garimpeiros estão armando a Comunidade Tirei, favorável ao garimpo, e incitando o conflito com a aldeia Yanomami, situada na parte baixa do rio, que está sendo afetada pela exploração.

“Foi um tiroteio, mas contra uma comunidade que não tinha armas, e terminaram pegando um Yanomami de facão. É uma situação muito triste”, explicou Júnior.

O dirigente esclareceu como o fato serve para ilustrar toda a cadeia de problemas que se escalam, desencadeados pela situação do garimpo ilegal.

“Os garimpeiros não estão levando apenas barzinho e material para garimpar. Os garimpeiros estão levando armamento pesado. É fuzil, submetralhadora, para intimidar as comunidades que não conseguem responder. Então, trabalham com medo porque várias vezes já, nos anos 80 e 90, fomos muito massacrados, ninguém quer mais ser morto por garimpeiros”, explicou.

O assassinato dos Yanomami na região do Xitei, no município de Alto Alegre, acontecia no momento em que os indígenas, reunidos no Acampamento Terra Livre, em Brasília, estavam nos preparativos finais para o ato “Ouro de Sangue”, que colocou alegorias de barras de ouro gigantes, lama e tinta vermelha na frente do Ministério das Minas e Energia, representando os indígenas mortos pela mineração e o garimpo ilegal.

“Aconteceu ao meio-dia de hoje enquanto a gente se preparava para protestar aqui contra os garimpeiros. Os relatos que recebemos é uma situação lamentável. Responsabilidade e culpa do governo que não retira os garimpeiros”, ressalta Júnior.

MPF já pediu ação da União

Após constatar a ocupação por garimpos ilegais na região conhecida como Serra dos Surucucus, em Roraima, o Ministério Público Federal (MPF) protocolou em 31 de março, um pedido à Justiça para que a União combata as ações na crise humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY).

As imagens da ocupação dos garimpos ilegais correram o mundo com as pistas de pouso da saúde indígena dominadas pelos garimpeiros que, a cada dia, realizam investidas com violência e intensificam a degradação do habitat tradicional dos Yanomami.

Veja o momento do tiroteio