EDITORIAL – As suas escolhas e a Amazônia, por Márcia Guimarães

Indígena observa estiagem e fogo em mata (Alex Pazuello/Composição de Paulo Dutra/Agência Cenarium)

03 de fevereiro de 2024

15:02

O que o seu voto tem a ver com a preservação da Amazônia? Tudo. Em se tratando de eleições gerais, o seu voto pode ajudar a escolher alguém preocupado com a floresta e com a vida humana na região e no planeta, e com poder de implementar ações em âmbito nacional e até mundial. No caso das eleições municipais, o seu voto soma para escolher gestores e legisladores que podem influir direta e indiretamente tanto na execução das ações de amplitude nacional e internacional, quanto na criação de outras medidas mais específicas e internas, visando ao bem-estar e a uma melhor relação entre todo o meio ambiente que envolve a sua cidade.

Neste ano, teremos eleições municipais, nas quais escolheremos prefeitos e vereadores. Vamos decidir quem deve permanecer nos cargos que já ocupa e quem deve entrar para o Legislativo e para o Executivo municipal. E as escolhas vão interferir em qual será o futuro das cidades amazônicas. Em seis das nove capitais dos Estados que compõem a Amazônia Legal, os atuais prefeitos estão aptos a disputarem a reeleição. Passarão pelo teste de qualidade de suas gestões e receberão dos eleitores as respostas sobre se devem seguir administrando suas cidades. Além deles, outros já se apresentam como possíveis alternativas à troca de gestor.

Do lado do eleitorado, as escolhas estarão, em sua maioria, nas mãos e mentes de jovens adultos, na faixa dos 24 aos 34 anos, onde está concentrada grande parte dos eleitores das capitais amazônicas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tende a ser um eleitorado mais preocupado com questões ambientais, como a crise climática que impulsionou a seca histórica dos rios da Amazônia em 2023. Mas, em algumas cidades, há forte presença de eleitores conservadores, como em Manaus, onde pesquisas recentes mostraram que mais de 40% da população se declara como sendo de extrema direita, perfil que não costuma ser muito afeito a conceitos como aquecimento global e desenvolvimento sustentável.

Pensando, então, no poder de definição de futuros por meio do voto, a REVISTA CENARIUM dedica a capa desta edição às eleições municipais deste ano, trazendo a conjuntura política, social e ambiental da região e as escolhas que estão envolvidas no pleito. E, não se pode esquecer, nós também somos meio ambiente.

Edição de janeiro da Revista Cenarium (Capa: Hugo Moura/Revista Cenarium)
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