Em operação contra extração ilegal de minérios, PF apreende R$ 5 mi em RO e MT

PF e Ibama atuaram nos maiores e principais pontos de alerta de desmatamento e exploração garimpeira nas terras indígenas Roosevelt e Parque Aripuanã (Thiago Alencar/Revista Cenarium)

26 de maio de 2023

21:05

Iury Lima – Da Agência Amazônia

VILHENA (RO) – Batizada de Operação Oraculum, a nova ofensiva da Polícia Federal (PF) contra invasores de Terras Indígenas (TIs) localizadas entre Rondônia e Mato Grosso (MT) resultou na apreensão de R$ 5 milhões em bens. Ao todo, 50 homens participaram da operação nos territórios Roosevelt e Parque Aripuanã, que terminou nesta última quinta-feira, 25. Foram dois dias de força-tarefa em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Na manhã desta sexta, 26, a PF revelou que uma associação criminosa operava a rede de ilícitos ambientais nas duas TIs, e que a ação foi resultado de um “trabalho de inteligência” feito ainda neste ano.

A PF afirma também que atuou nos maiores e principais pontos de alerta de desmatamento e exploração garimpeira nos dois territórios protegidos.

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Área de garimpo ilegal de ouro e diamantes, localizada pela PF durante a Operação Oraculum (Divulgação/Polícia Federal)

R$ 5 milhões em bens

Entre os itens empregados nas práticas ilegais que foram apreendidos e inutilizados pela PF e pelo Ibama, estão:

  • 1 caminhão;
  • 2 caminhonetes;
  • 2 espingardas;
  • munições;
  • 1 motosserra;
  • rádios comunicadores;
  • 2 motocicletas;
  • 1 trator esteira;
  • 2 tratores;
  • 20 acampamentos;
  • 17 motores;
  • 2 escavadeiras;
  • 1 caixa resumidora para garimpo de ouro e;
  • 3 geradores de energia.

Investigações

O grupo suspeito de extrair minérios, madeira e de cometer outros crimes ofensivos ao meio ambiente, como classifica a polícia, utilizava um sistema clandestino de comunicação com rádios amadores. Assim era possível alertar sobre a presença de autoridades fiscais e da própria PF nas duas reservas, de acordo com as investigações.

A polícia não informou quantos suspeitos fazem parte da associação e ninguém foi preso ainda. Por outro lado, se condenados, os investigados podem passar mais de 20 anos na prisão, além de sofrerem medidas patrimoniais para a reparação dos danos ambientais.

Eles devem responder pelos crimes de furto, receptação, associação criminosa e usurpação de bens da União. Os suspeitos também vão responder por atividade clandestina de telecomunicações, delito previsto no artigo 183 da Lei de Telecomunicações.

“A Polícia Federal atua de forma constante para manter a integridade do território indígena, de forma que ações que atentem contra os interesses dos povos indígenas sejam reprimidas com o rigor da lei penal e ambiental”, destacou a PF em nota.

PF encontra áreas de garimpo durante sobrevoo; veja:

Áreas de garimpo de ouro e diamantes localizadas pela PF e pelo Ibama, durante operação em terras indígenas de Rondônia (Divulgação/Polícia Federal)
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