Entidades do Peru pedem criação de agenda ambiental entre países pan-amazônicos

Organizações peruanas reivindicam maior participação dos demais países da Pan-Amazônia (Reprodução/Amazônia que Late)

05 de junho de 2023

19:06

Daleth Oliveira – Da Agência Cenarium

BELÉM (PA) – O Brasil está protagonizando debates da agenda ambiental da Amazônia. No segundo semestre, o País vai receber três grandes eventos: a Cúpula dos Povos de Manaus, no Amazonas, em junho, e a Cúpula dos Povos e Sociedade Civil Pan-Amazônica, marcada para acontecer em agosto, em Belém, no Pará, às vésperas da Cúpula da Amazônia, também sediada na capital paraense. Apesar da relevância de falar da Amazônia na própria região, organizações peruanas reivindicam maior participação dos demais países da Pan-Amazônia — aqueles que têm a floresta amazônica em seu território — no debate.

A reivindicação foi feita durante o webinário “El Perú representado en la Cumbre de la Amazonia”, no dia 25 de maio, promovido pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia). Na oportunidade, seis entidades devem apresentar demandas para contestação na Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto.

“Existe a necessidade de equilibrarmos os olhares. Às vezes, tem o pensamento de que a Amazônia é apenas o Brasil. Sem dúvida, lá está a maior parte. Mas uma agenda tem que ser impulsionada, também, nos outros países que compartilham a responsabilidade”, destaca o diretor regional para a América do Sul da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), Gabriel Quijandría.

Fazem parte da Pan-Amazônia os países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Webnário transmitido pelo YouTube (Reprodução/YouTube/Fundação Amazônia Sustentável)
Demandas para cúpula

Além da constituição de uma agenda comum entre os países da Amazônia, outras demandas foram levantadas pelas instituições: protagonismo da juventude, transição energética de baixo carbono e inclusão de povos originários. O evento pode ser conferido no canal da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), no YouTube.

Para Júlia Garcia, secretária-executiva da SDSN Amazônia, a qual é vinculada à Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a articulação de uma rede sustentável é fundamental para a vitória da sociedade civil. Por se tratar de uma conferência igual à Cúpula da Amazônia, a influência se torna ainda maior.

“Temos de ter políticas que sejam pensadas pelos amazônidas para amazônidas. São ideias que precisam beneficiar todas as classes sociais e econômicas da nossa sociedade. Além dos debates, estaremos confeccionando uma carta carregada de propostas e reivindicações para mostrar o que a Amazônia deseja”, argumenta Garcia.

Nas próximas semanas, a SDSN Amazônia realizará webinários com a participação da sociedade civil e instituições da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela e Brasil. O objetivo do evento é conectar as organizações dedicadas à Agenda 2030 da ONU que trabalham por uma Amazônia justa, inclusiva e próspera. Todas as propostas e reivindicações vão compor uma carta conjunta para ser apresentada na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA).

Assista o webnário na íntegra:

https://youtube.com/watch?v=qPDH5tt3H74%3Ffeature%3Doembed

(*) Com informações do SDSN Amazônia