Exclusivo: André Zogahib, com olhos para a reitoria da UEA, defende estrutura mais sustentável na gestão

Ex-aluno da UEA, o professor doutor André Zogahib sonha em ser reitor da instituição (Reprodução/TV Cenarium)

10 de fevereiro de 2022

13:02

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Especialista e mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro e doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas (UFMG), o professor André Luiz Zogahib almeja, agora, alçar novos voos e sonha em concorrer ao cargo de reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), após três anos como diretor-presidente do Fundo Previdenciário do Estado do Amazonas (Amazonprev). À CENARIUM, ele afirmou que, se a candidatura se tonar uma realidade, vai atuar por uma UEA mais estruturada, pensando no desenvolvimento sustentável e na inovação como pilares.

André Luiz Zogahib concedeu entrevista à REVISTA CENARIUM (Reprodução/TV Cenarium)

O anúncio do desligamento da Amazonprev ocorreu nessa quarta-feira, 9. À frente da pasta, André Zogahib garantiu três prêmios consecutivos de melhor gestão previdenciária do País, entregues pela Secretaria de Previdência do Ministério da Economia, mas também enfrentou grandes desafios, como a gestão de pessoas e dirigir a instituição em meio à nova reforma da previdência, em vigor desde 2019.

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No ápice da pandemia da Covid-19 no Amazonas, os serviços da Amazonprev não cessaram e a pasta precisou se adaptar ao mundo virtual para atender a população. Em entrevista à REVISTA CENARIUM, André Zogahib fala sobre o legado que deixa no Fundo Previdenciário, sua candidatura à UEA, seu olhar sobre a educação no Amazonas e as melhorias e projetos que pretende implementar na Universidade do Estado do Amazonas.

Confira a entrevista na íntegra:

Revista Cenarium: Foram três anos de gestão na Amazonprev. Quais foram os seus maiores desafios à frente da pasta e como foi encará-los?

André Zogahib: Primeiro foi a gestão das pessoas. Os servidores estavam muito desmotivados por conta da falta de um PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração) digno e por um olhar mais atento da gestão acerca da qualidade de vida do servidor. Além disso, tinha a necessidade de cumprir com a determinação constitucional de termos um único órgão gestor do sistema previdenciário, a reforma da previdência em 2019 e as renovações do CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária). Esses foram os principais desafios.

RC: Em 2021, no ápice da pandemia, a instituição não suspendeu os atendimentos ao público e manteve tudo virtualmente. O que isso representou para você, sabendo que existem inúmeras pessoas que necessitam ser atendidas pelo Amazonprev?

AZ: Tivemos que nos adaptar rapidamente para não deixar de atender as pessoas, mesmo que virtualmente em alguns momentos. Nos momentos mais críticos, fizemos atendimento por e-mail! Contudo, isso acelerou o processo para implementar o agendamento eletrônico, o que otimizou sobremaneira, em diversos aspectos, a organização dessa atividade da Amazonprev.

RC: Se pudéssemos citar algum legado de sua gestão na Amazonprev, qual você destacaria e por quê?

AZ: A reestruturação da instituição, o uso adequado do sistema de gestão da qualidade, a migração dos poderes, o PCCR dos servidores e os diversos prêmios conquistados.

RC: Desde sua inclusão na vida pública, seja com a formação em Administração Pública, Administração de Empresas e Direito ao doutorado em Administração pela UFMG, seja como diretor-presidente da Amazonprev, o que significa sua candidatura ao cargo de reitor da UEA, onde também é professor-adjunto? Qual a importância da UEA na sua vida e por que tomar esta decisão de mudança?

AZ: Ainda não sou candidato! Tenho um grupo que quer isso, mas se tudo der certo para que a candidatura seja concretizada, seria a realização de um sonho de um ex-aluno. Fiz o primeiro vestibular, sou egresso da primeira turma de formados e entrei no primeiro concurso de professores. Seria o início de um novo ciclo dentro da instituição que eu amo e para qual tenho me dedicado.

RC: Aliás, com que olhar você disputa o comando da UEA?

AZ: Como disse anteriormente, ainda não estou disputando. Espero que isso de fato se efetive. Nosso grupo de professores quer uma UEA mais pujante, organizada, com melhor infraestrutura, qualidade de vida e de trabalho.

RC: Como você enxerga a educação pública no Amazonas? É preciso de mais incentivo para essa área?

AZ: Digo sempre que dinheiro para educação é investimento. É potencializar a economia por meio do engrandecimento das pessoas. É dar oportunidade. É mudar realidades. Desta forma, penso que a todo tempo devemos ampliar os investimentos na área para que os resultados possam ser percebidos no futuro.

RC: Se eleito reitor da UEA, quais melhorias e projetos você buscaria implementar na instituição?

AZ: Se a candidatura se tornar realidade, se a eleição for favorável a nossa base, gostaríamos de dar uma melhor infraestrutura para o interior do Estado e para a capital. Pensando no homem amazônida, no caboclo, no desenvolvimento sustentável e na inovação. Esses seriam os grandes pilares.

RC: Qual recado você deixa para colegas professores e alunos da UEA?

AZ: Um recado bem simples, mas bem significativo: somos todos UEA, todos queremos uma UEA melhor, independentemente do prisma pelo qual olhamos a gestão. Não há inimigos nesse processo. Às vezes, pensamentos distintos. Por isso, juntos somos fortes!