Força Nacional localiza mais um corpo na TI Yanomami; vítima era mulher

Agentes encontraram corpo na região da Comunidade Uxiú. (Léo Otero/MPI)

08 de maio de 2023

13:05

Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – O corpo de uma mulher, identificada como Jenni Rangel, de 28 anos, foi encontrado no sábado, 6, na Terra Indígena Yanomami (TIY), durante um sobrevoo de helicóptero realizado pela Força Nacional. A vítima estava despida, com sinais de violência sexual e de enforcamento.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Jenni era venezuelana, esposa do garimpeiro Joel Perdomo, de 68 anos, e também madrasta de outro garimpeiro, Johandri Perdomo, de 24 anos. A equipe responsável pelo caso acionou a PF e o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), que encaminharam o corpo para o Instituto Médico Legal (IML).

Jenni Rangel, de 28 anos (Divulgação)

O corpo da vítima foi encontrado próximo à cratera onde oito garimpeiros foram localizados no último dia 30, na Comunidade Uxiú. Há suspeitas de que a vítima tenha sido morta durante o mesmo ataque. Além disso, o marido e o enteado da mulher foram assassinados na região Yanomami e encontrados dentro da cratera. As autoridades seguem investigando o caso.

Família no garimpo

O irmão de Joel, Iver, deixou a Venezuela e viajou para Roraima ao tomar conhecimento do assassinato de garimpeiros no território Yanomami, temendo que seu irmão pudesse estar entre as vítimas. Em entrevista concedida à imprensa local, Iver revelou que o irmão trabalhava como professor na Venezuela e que veio para o Brasil com sua esposa, Jenni, e seu filho, Johandri, em busca de melhores oportunidades financeiras.

Pai e filho trabalhavam no garimpo há dois anos. (Reprodução/Facebook)

Segundo Iver, a família estava no garimpo ilegal há cerca de dois anos, trabalhando com outros 15 garimpeiros. “Eles eram trabalhadores. Saíram da Venezuela por causa da crise e só queriam viver”, comentou.

Joel Perdomo telefonou no dia anterior ao ataque para dizer que a região em que se encontrava estava sob ameaça. Os familiares das vítimas aguardam o término da necropsia no IML para poderem realizar a transferência dos corpos de volta para a Venezuela.