Grupo aliciava pessoas de baixa renda para traficar drogas do AM a SP, afirma Polícia Federal

Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium

16 de abril de 2024

20:04

Jacildo Bezerra – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – A quadrilha investigada na “Operação Narco Grooming”, deflagrada nesta terça-feira, 16, no Amazonas, aliciava pessoas de baixa renda para transportar drogas para o estado de São Paulo, informou a Polícia Federal (PF) e chegou a movimentar R$ 10 milhões em três anos de atuação. Empresários estão envolvidos na ação.

Quatro pessoas foram presas por mandado de prisão preventiva, sendo três em Tabatinga, cidade amazonense na fronteira com a Colômbia e o Peru, o que configura ação internacional do grupo. Uma prisão foi realizada na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.

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A cidade era destino final da droga contrabandeada pelos “mulas”, em sua maioria pessoas de baixa renda da periferia de Manaus, com idade entre 20 e 30 anos, que eram cooptados para atuar no esquema. Com o uso de cão farejador, também foi realizada a prisão em flagrante de indivíduo com mais de 10 kg de drogas no Aeroporto Internacional em Manaus.

Sequestro de bens

De acordo com a Polícia Federal, foi determinada a apreensão de 44 veículos em poder dos suspeitos, além de outras medidas cautelares. Ao todo, foram expedidos 22 mandados, sendo quatro de prisão preventiva e outros 18 de busca e apreensão.

Os suspeitos responderão pelos crimes de tráfico de drogas, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 30 anos de reclusão.

No prosseguimento da operação, a Polícia Federal poderá solicitar à Justiça a destinação dos veículos para uso da instituição ou sua alienação. Durante a operação, foram apreendidas diversas mídias que serão analisadas pela Polícia Federal, e poderão resultar em novas operações e possíveis prisões.

Esquema

Cerca de 70 policiais federais trabalharam na investigação que culminou na operação. O Núcleo de Lavagem de Dinheiro identificou que, em apenas três anos, o grupo movimentou algo em torno de R$ 10 milhões, usando, principalmente, a compra de veículos como forma de “lavar” o dinheiro da ação criminosa por meio de “laranjas” — termo usado para descrever uma pessoa ou entidade que, intencionalmente ou não, serve como uma fachada para ocultar atividades financeiras ilícitas.

Editado por Marcela Leiros
Revisado por Gustavo Gilona