25 de janeiro de 2023

11:01

Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS – Um homem não identificado foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por tentativa de Golpe de Estado, resistência à prisão e porte ilegal de arma de fogo, durante manifestação contra a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Conforme as investigações, o homem, morador de Teixeirópolis, distante 366 quilômetros da capital Porto Velho, estava com um grupo de outros homens encapuzados tentando atear fogo em um ônibus na BR-364, próximo ao município de Jaru.

A ação aconteceu por volta das 5h, do dia 12 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente e do vice-presidente do Brasil, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. A tentativa foi frustrada por policiais militares que avistaram o ônibus com passageiros do lado de fora e com um integrante do grupo golpista segurando um vasilhame com líquido inflamável.

Segundo o motorista do ônibus, dois homens encapuzados armados abordaram o veículo e ordenaram que todos saíssem do ônibus. Ele ainda disse acreditar que os homens estavam preparandos para incendiar o ônibus, assim como havia ocorrido em Ji-Paraná, na noite anterior.

Com a aproximação da equipe de policiais, dois homens correram e outro entrou em uma caminhonete na tentativa de fugir dos policiais. Esse motorista chegou a disparar tiros contra os policiais, que faziam a perseguição e conseguiram parar a fuga.

O homem que estava na caminhonete tentou fugir novamente correndo dos policiais, mas foi alcançado e detido. Com ele, os policiais encontraram várias munições intactas e deflagradas, cinco cartões bancários, R$ 353, um cheque de R$ 10 mil e um comprovante de transação bancária.

Na delegacia, o homem relatou aos policiais que estava na cidade de Ouro Preto, entre Jaru e Ji-Paraná, participando das manifestações contrárias à posse do presidente Lula, quando foi convidado a “fazer algo mais à frente“, sem saber o que exatamente isso era.

Conforme o procurador da República Reginaldo Trindade, as ações que ocorreram em Ji-Pará e Teixeirópolis faziam parte de um contexto maior de atos antidemocráticos contra a posse do presidente eleito. O procurador acredita que a violência, a intimidação e as ações práticas contra os usuários das rodovias teriam a finalidade de causar convulsão social com objetivos golpistas.

O número do processo é 1017780-18.2022.4.01.4100. A denúncia do MPF não representa, necessariamente, a condenação do acusado. Caberá à Justiça julgar se condena ou absolve. Em caso de recebimento da denúncia, o denunciado passará à condição de réu.