18 de fevereiro de 2023

13:02

Mencius Melo – Agência Amazônia

MANAUS – A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) assinaram termo de cooperação para fortalecer a luta dos povos extrativistas da Amazônia na garantia da proteção territorial, sustentabilidade financeira e em ações de educação, saúde, produção, comunicação e emergências climáticas. O acordo ocorreu durante a abertura do “1° Encontro de Segurança e Proteção dos Guardiães da Floresta”, evento realizado entre os dias 13 e 16 de fevereiro, na sede da FAS, bairro Parque 10, Zona Centro-Sul de Manaus. 

Em entrevista à CENARIUM, o secretário-geral do CNS, Dione Torquato, contextualizou a parceria: “O CNS e a FAS já têm uma relação de parceria histórica por trabalhar e atuar com objetivos comuns, que é melhorar a qualidade de vida das populações extrativistas em unidades de conservação, de buscar apoio de segurança e proteção dos territórios, de fortalecer as economias da sociobiodiversidade e dar visibilidade, sobretudo, na importância que a Amazônia tem no enfrentamento às crises climáticas“, sintetizou.

Torquato evidenciou o tempo de ações conjuntas entra as duas instituições. “Na verdade, formalizamos o que já existe há tempos, mas, que vem com objetivo de fortalecer ainda mais a luta das populações da Amazônia em ações voltadas a direitos comuns como saúde, educação, produção, comunicação e emergências climáticas, além de outros temas. Essa parceria faz parte de uma estratégia política do CNS com o objetivo de fortalecer gestão, segurança e governança dos territórios tradicionais de uso coletivo”, dinamizou.

Legado de união

Para o presidente da CNS, Júlio Barbosa, a ação reforça o lema de que “a união faz a força”: “Nós entendemos que é muito importante ampliarmos nossas alianças. Há 40 anos, Chico Mendes já falava que não chegaríamos a lugar nenhum se trabalhássemos de forma isolada. Sabemos a importância que a FAS tem na questão das políticas de desenvolvimento da Amazônia, a partir da proteção das florestas, dos povos da floresta, além da valorização da cultura e dos costumes das populações tradicionais“, relembrou.

O presidente da FAS, Virgílio Viana, reconhece o papel do CNS e enaltece os “conhecimentos práticos” da fundação sediada em Manaus: “Esse Termo de Cooperação traz, de um lado, uma instituição que tem uma enorme representatividade junto às populações tradicionais de diferentes tipos da Amazônia inteira, que é o CNS, e, de outro, a FAS, que é uma instituição que está celebrando 15 anos de vida e que desenvolveu uma tecnologia e uma competência na área de gestão de projetos, tanto na formulação, quanto na captação de recursos”, observou Viana.

Júlio Barbosa avaliou que o momento é propício para a retomada de ações e prol da floresta e suas populações, já que findou um governo considerado hostil aos interesses ambientais. “Passamos quatro anos de turbulência total, mas, felizmente, atravessamos essa fase e, agora, temos toda a oportunidade de nos fortalecer com o novo governo, que tem preocupação com a questão ambiental, com os povos mais necessitados do Brasil e, principalmente, da nossa população amazônica”, finalizou.

CNS

Com 37 anos de existência, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) é uma organização de âmbito nacional que representa trabalhadores agroextrativistas organizados em associações, cooperativas e sindicatos. Seu conselho deliberativo é formado por 27 lideranças de diferentes segmentos agroextrativistas de todos os nove Estados da Amazônia Legal.

Sua interlocução se dá com instituições públicas e privadas e fundações governamentais e não governamentais. Atualmente, é presidida por Júlio Barbosa, tendo como secretário-geral, Dione Torquato.

FAS

Fundada em 2008 e com sede em Manaus (AM), a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia.

A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.