Instrutor de clube de tiros mata aluno com quatro disparos, em Rondônia; ele alega ‘legítima defesa’

Câmera de segurança flagrou o aluno “aparentemente atordoado, vindo a passar a mão na cabeça algumas vezes”, em tom de preocupação (Thiago Alencar/CENARIUM)

19 de setembro de 2022

19:09

Iury Lima – Da Agência Amazônia

VILHENA (RO) – Um instrutor de um clube de tiros foi preso em flagrante no último domingo, 18, em Rondônia, após matar um aluno com quatro disparos. O caso aconteceu em uma unidade localizada na zona rural do município de Nova Mamoré, a 280 quilômetros de Porto Velho. Ele alega que agiu em legítima defesa e foi liberado pela Polícia Civil (PC), que informou a necessidade de uma apuração aprofundada

O instrutor do clube diz que o aluno, Welly Nascimento Lima, de 33 anos, tentou tomar sua arma de fogo – uma pistola calibre 40 – e que, por isso, respondeu com os disparos.

Além dele, a polícia ouviu um dos associados do clube, a esposa da vítima, e assistiu às imagens do circuito interno de segurança, mas não conseguiu determinar se o instrutor agiu, plenamente, em defesa da própria vida.

O autor dos disparos foi identificado apenas como Fábio S.R, um homem de 35 anos.

Welly Nascimento Lima saiu de casa, aparentemente, “atordoado”, segundo a esposa (Reprodução/Redes Sociais)

Vítima estava “atordoada”

O instrutor Fábio, um outro associado do clube e a esposa de Welly prestaram depoimentos à PC entre o último domingo e esta segunda-feira, 19. 

A esposa dele disse que não havia notado nenhum comportamento diferente no companheiro. Ela só observou algo estranho após assistir às imagens de uma câmara de segurança da casa deles: Welly estava “aparentemente atordoado, vindo a passar a mão na cabeça algumas vezes”, em tom de preocupação, antes de ir ao clube. 

Já o outro aluno, associado, disse à polícia que não presenciou a cena, apenas ouviu os disparos. Ele contou que Welly foi até a sala do professor, fechou a porta, e que os tiros ocorreram logo em seguida.

Para a polícia, ainda não é possível saber se Fábio teria outros meios de defesa que não os disparos contra o aluno, “evitando possíveis excessos”, especialmente, porque não havia mais ninguém na sala onde o crime ocorreu. 

Exames periciais

Com as investigações agora em curso, a polícia pretende ouvir novas pessoas e utilizar as imagens de monitoramento da casa da vítima e do clube de tiro. A PC também informou que vai submeter os celulares dos envolvidos a uma perícia técnica.

Os agentes também aguardam o resultado de laudo pericial feito no corpo de Welly Nascimento Lima, que foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) de Nova Mamoré.