Ivo Cassol, candidato do Partido Progressistas, desiste de concorrer ao Governo de Rondônia

Cassol foi condenado em 2013, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelo crime de fraude a licitações, referente ao período em que foi prefeito de Rolim de Moura (RO), entre os anos de 1998 e 2001 (Agência Brasil/Reprodução)

02 de setembro de 2022

21:09

Iury Lima – Da Agência Cenarium

VILHENA (RO) – Às vésperas das eleições, Ivo Cassol, candidato do Partido Progressistas (PP) ao Governo de Rondônia, anunciou, nesta última quinta-feira, 1°, que vai ficar de fora da corrida eleitoral deste ano. A revelação foi feita na página oficial do político, no Facebook, por meio de uma transmissão ao vivo, da qual também participaram a irmã de Ivo, deputada federal e candidata ao Senado Jaqueline Cassol e o então candidato a vice-governador José Genaro, ambos do PP. 

No vídeo, o ex-governador de Rondônia pediu desculpas aos amigos e apoiadores que, segundo ele, queriam vê-lo novamente no poder. Ele enfrenta imbróglios na Justiça que ainda podem impossibilitar sua candidatura, daí a desistência. 

“Eu quero dizer a vocês que eu estou fora da política. É isso aí. É a realidade. Tô saindo de cabeça erguida, com dever cumprido. Fiz a minha parte (…) Não vou continuar porque eu acho uma humilhação, pelo que eu fiz, pelo que eu trabalhei, pelo que eu construí”, declarou exaltado.

Ivo Cassol anuncia, em vídeo, desistência de candidatura ao Governo de Rondônia (Facebook/Reprodução)

Problemas na Justiça

Cassol foi condenado em 2013, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelo crime de fraude a licitações, referente ao período em que foi prefeito de Rolim de Moura (RO), entre os anos de 1998 e 2001, a uma pena de quatro anos e oito meses de prisão, mas que foi convertida em serviços comunitários e pagamento de multa. 

O Supremo extinguiu a pena em 2020, mas não descartou a suspensão dos direitos políticos de Ivo Cassol. O que possibilitou a candidatura dele, agora em 2022, foi uma liminar monocrática do ministro Nunes Marques, concedida no dia 4 de agosto, suspendendo os efeitos da inelegibilidade.

No entanto, está em curso, desde o último dia 26, uma votação, no plenário do STF, que visa invalidar ou autorizar a liminar que possibilitou a candidatura do ex-governador. Sete ministros já votaram, restando apenas quatro. Até a última quinta, eram seis votos favoráveis à derrubada da decisão contra um único voto a favor da autorização, sendo do próprio Nunes Marques. Mesmo que os demais ministros o acompanhem, os votos não seriam suficientes para reverter o cenário: ficando 6 votos a 5 para a permanência da inelegibilidade de Cassol.

De todo modo, cabe ao Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) o deferimento ou não do registro de candidatura do político ao Governo do Estado. O TRE-RO tem até 12 de setembro para isso.

Cassol foi condenado por fraudes a licitações, em 2013, pelo STF (Reprodução)

Bem colocado nas pesquisas

Ivo Cassol figurava como o segundo preferido do eleitorado rondoniense ao governo. O ex-administrador de Rondônia ficou tecnicamente empatado, na pesquisa Ipec/Rede Amazônia divulgada no último dia 24, com o atual governador e candidato à reeleição, Coronel Marcos Rocha (União Brasil). Rocha aparecia com 30%, enquanto Cassol tinha a preferência de 29% dos eleitores. 

A pesquisa ouviu 800 pessoas e o nível de confiança é de 95%, com margem de erro de três pontos percentuais.