Líder indígena do AM morre em hospital após atentado com arma de fogo; crime é investigado pela PC

Líder indígena foi alvo de atentado, precisou ser internado e morreu dois dias após crime (Acervo Pessoal)

08 de outubro de 2022

16:10

Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS – O líder indígena Cacique Jair Cordovil Trindade, 46, mais conhecido como Jair Miranha, morreu na tarde deste sábado, 8, no Hospital e Pronto-Socorro Drº João Lúcio, onde estava internado há dois dias após ser vítima de atentado.

O crime que causou a morte do indígena aconteceu na última quarta-feira, 6, quando um homem, ainda desconhecido, fingia ser vendedor de rua e chegou na casa do cacique por volta das 13h30 da tarde, buscando informações sobre uma pessoa que não morava no local. Miranha saiu para atender o homem quando foi alvejado por cinco disparos de arma de fogo.

A vítima foi encaminhada até a UPA Campo Sales, onde recebeu os primeiros atendimentos e logo depois foi transferido para o Hospital Pronto-Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, localizado na Av. Cosme Ferreira, zona Leste de Manaus. A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso.

Jair já havia sofrido outros atentados anteriormente, como em 2011, quando teve parte da sua casa incendiada. Originário da etnia Miranha, Jair saiu da Aldeia Miratu, em Uarini, para a capital há mais de 15 anos e passou a desenvolver trabalhos em prol dos indígenas que vivem na capital.

Cacique Jair e família (Arquivo Pessoal)

O cacique foi preso, em 2011, por suposto envolvimento com o tráfico de drogas, mas logo foi liberado por falta de provas. Jair Miranha participou de importantes manifestações a favor dos povos indígenas e foi o alicerce na criação de diversos bairros em Manaus e da inclusão de indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais em programas de assistência social do governo.

Organizada pelo cacique, a 1ª Feira de Artesanato Indígena da comunidade Novo Horizonte Distrito 2, marcada para acontecer no domingo, 9, foi cancelada devido à morte do líder.

(Reprodução)