Limitar importações não é a solução para acabar com a degradação ambiental, afirma governador do AM
15 de maio de 2023
13:05
Ívina Garcia – Da Agência Amazônia
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), defendeu que a limitação das importações ligadas ao desmatamento não é a solução para acabar com a degradação ambiental. A sanção faz parte do pacote de medidas aprovadas pelo Parlamento Europeu, em abril deste ano, com 552 votos a favor, 44 contra e 43 abstenções, que visa preservar a Amazônia. Na lista das sanções consta produtos como carne, soja, madeira e café, que representam grande parte das exportações brasileiras para o exterior.
A defesa de uma alternativa para essa sanção aconteceu durante uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 15, durante a entrega do Centro de Atenção Integral à Melhor Idade (Caimi) Ada Rodrigues Viana, na zona Oeste de Manaus. Na análise do governador, essa medida, na verdade, contribui para as desigualdades da região.
“Tive a possibilidade de conversar com a ministra do clima da Áustria, e ela faz parte do partido verde, com um peso muito importante nessas questões ambientais na Europa. Inclusive, ela participou da construção da lei que proíbe a compra ou que limita a compra de produtos de área de desmatamento“, relatou o governador, sobre a viagem realizada no início do mês.
No dia 2 de maio, Wilson Lima esteve em reunião com a ministra do Meio Ambiente da Áustria, Leonore Gewessler, e com o secretário do Departamento do Clima, Meio Ambiente e Democracia, Jurgen Czernohorsky, na capital da Áustria, Viena.
“O problema dessa lei, que também vou falar para ela, é que isso coloca todo mundo num mesmo pacote, como se todo mundo fosse criminoso, como se tivessem desmatando a floresta. E isso é uma medida ruim, porque ela não contribui para a proteção da floresta“, explica o governador.
O governador argumenta que toda vez que um produto é embargado e proibido de ser comercializado no exterior isso atinge efetivamente a economia de uma empresa, o que pode levar a demissão de funcionários e o retorno deles para municípios fora da zona metropolitana de Manaus, conhecidos por serem os que mais causam exploração ilegal.
“No momento que esse empregado é demitido, ele vai ter que voltar para o interior e lá ele explora uma atividade da natureza, seja na floresta ou mineração. Então, a gente acaba com esses movimentos, fazendo uma pressão na floresta“, explica.