Lula sanciona lei que revisa sistema de cotas no Brasil

Lula, ministro Camilo Santana (Educação) e representantes de movimentos estudantis em cerimônia de sanção da Lei de Costas (Reprodução/ Ricardo Stuckert/PR).

13 de novembro de 2023

15:11

Mayara Subtil – Da Agência Amazônia

BRASÍLIA (DF) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta segunda-feira, 13, a atualização da lei que amplia o sistema de cotas na rede de ensino federal. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília. Com a revisão da Lei 12.711/12, os quilombolas passam a ter direito às cotas. A legislação também dá prioridade aos cotistas no recebimento de auxílio estudantil.

A solenidade de assinatura contou com a presença de ministros como Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Silva Almeida, dos Direitos Humanos; Camilo Santana, da Educação; e Anielle Franco, de Igualdade Racial.

A Lei de Cotas provocou uma revolução pacífica na educação brasileira ao abrir as portas das universidades federais para jovens de baixa renda, negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Pela primeira vez, a filha do pedreiro pode virar engenheira. O filho da empregada doméstica pode virar doutor. Os filhos e filhas de pais que não puderam estudar tiveram a oportunidade de serem o que quisessem ser conquistando o diploma e melhorando a sua vida“, disse em discurso o presidente Lula.

Projeto de Lei que amplia cotas para acesso a universidades federais foi aprovado na Câmara e no Senado (Reprodução/ Marcello Casal Jr/Agência Brasil).
Subcotas

A revisão na Lei de Cotas foi aprovada na Câmara dos Deputados em agosto e em outubro no Senado. A lei garante que metade das vagas em institutos e universidades federais seja reservada a ex-alunos da rede pública de ensino. Também prevê outras duas subcotas: para estudantes de baixa renda, além de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

Através da sanção desse Projeto de Lei nº 5384, de 2020, traz um avanço nesse histórico de lutas pela educação e por justiça social dos povos indígenas, dos quilombolas, dos negros e negras, das pessoas com deficiência e das camadas mais vulneráveis e de baixa renda de nossa população brasileira“, disse a ministra Sônia Guajajara em discurso.

A legislação já previa o direito a cotas a autodeclarados pretos, pardos e indígenas e a pessoas com deficiência (Reprodução/Internet).

Ainda segundo Guajajara, em 2011 não chegava a 10 mil o número de pessoas indígenas nas universidades federais. “Após essa importante política afirmativa no governo da presidenta Dilma [Rousseff] em 2012, este número foi crescendo. E hoje chegamos a aproximadamente 50 mi indígenas cursando o nível superior. Esse aumento de representantes indígenas é uma conquista também da luta do movimento indígena junto ao movimento estudantil“, complementou a ministra.

Outros pontos principais da lei dizem que: os candidatos cotistas passarão a concorrer também nas vagas gerais, e apenas se não conseguirem nota para ingresso, concorrerão às vagas reservadas. A norma também fixa avaliação do programa de cotas a cada 10 anos, com a divulgação anual de relatório sobre a permanência e a conclusão dos alunos beneficiados

O novo texto também prevê “a divulgação anual de relatório com informações sobre o acesso, a permanência e a conclusão dos alunos beneficiários e não beneficiários da Lei”. Outra mudança no texto reduz a renda familiar per capita para um salário mínimo na reserva de 50% das cotas. Antes, a reserva atendia a uma renda média de um salário mínimo e meio.

Editado por: Yana Lima