13 de novembro de 2023
21:11
Madson Sousa – Da Agência Cenarium Amazônia
BELÉM (PA) – O governo federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária, declarou nesta segunda-feira, 13, emergência fitossanitária no Pará, Amapá, Amazonas e em Roraima devido à presença da mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae). A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e vale por um ano. Na prática, o texto facilita possíveis ações preventivas a serem tomadas por produtores.
Após o decreto de emergência, as diretrizes e medidas a serem adotadas para o enfrentamento serão indicadas pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. As ações podem incluir, desde a orientação da população sobre não colher e transportar frutos do chão, até o uso de armadilhas e pulverizações com iscas tóxicas.
O governo federal pode declarar estado de emergência fitossanitária quando é constatado risco iminente de introdução de doença exótica ou praga quarentenária ausente no País. Atualmente, a mosca-da-carambola está restrita aos Estados do Amapá, Pará e Roraima. Com a medida, o governo espera controlar o risco de a espécie se espalhar por outros Estados.
A praga causa danos não apenas na carambola, mas também na goiaba, acerola, tangerina, caju, pitanga, dentre outras. Para erradicação da praga, o Mapa coordena um programa que envolve ações de combate nos Estados onde ela se encontra, além do monitoramento nas áreas sem ocorrência em todo o País.
Fatores como o aumento do fluxo migratório e do comércio interno de frutas, aliados às condições favoráveis ao estabelecimento da praga, além de dificuldades técnicas no monitoramento e na fiscalização do trânsito de hospedeiros, favorecem o aumento de capturas da praga nos Estados do Pará e Roraima.
Quarentena
Em abril, foi declarado área sob quarentena para o Estado de Roraima, pela Portaria N° 780. O status implica na proibição do trânsito de frutos hospedeiros da praga para outros Estados.
No Pará, as recentes detecções de novos focos da praga nos municípios de Oriximiná e Terra Santa, localizados em uma região de altíssimo fluxo de pessoas e mercadorias, ocasionaram a condição do iminente risco de dispersão da praga para as demais Unidades da Federação (UFs) sem ocorrência e, em especial, para os principais polos frutícolas do Brasil.
Já o Estado do Amazonas, apesar de ainda se encontrar como área sem ocorrência da praga, foi incluído na emergência fitossanitária por estar próximo dos focos, e pelo elevado fluxo de viajantes e produtos provenientes de Roraima.
A mosca-da-carambola é originária da Indonésia, localizada no sudeste asiático. A praga chegou ao Suriname em 1975 e, em 1996, foi encontrada no Brasil.