25 de outubro de 2023

12:10

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS (AM) – Como parte do projeto pioneiro de criação de acervo da carreira de ex-presidentes do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), o museu da instituição realizou, no último dia 16 de outubro, mais uma cerimônia de homenagem e entrega dos álbuns da vida funcional dos ex-gestores às suas famílias.

Conforme mostrou a REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, o projeto resgata a história dos 33 ex-presidentes da instituição em forma de álbuns com documentos, jornais, cartas, discursos, anotações e curiosidades, cedidos pelos familiares.

Na cerimônia realizada no museu, localizado nas dependências do TCE-AM, na Avenida Efigênio Salles, bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, foram entregues os álbuns de Afranio de Sá, David Alves de Mello, Elphêgo Jorge de Souza, Josué Claudio de Souza Filho e Lyzandro Garcia Gomes. O coordenador-geral do Departamento de Pesquisa, Memória e Documentação do TCE-AM, Josetito Dutra Lindoso celebrou mais uma parte do trabalho concluído e resumiu o resgate em uma palavra: responsabilidade.

“É uma responsabilidade muito grande, porque você passa a ser o guardião dessa história, passa a ter a responsabilidade de guardar esse acervo, e mais do que guardar, repassar para as gerações futuros essa informação tão importante e que não deve se perder no tempo. Eu sempre digo que as gerações futuras não nos perdoarão se nós não passarmos para eles informações“, explicou.

No evento estiveram presentes os familiares dos ex-presidentes, com destaque a irmãos, filhos e netos do primeiro presidente do TCE-AM, Elphêgo de Souza. Ele era natural de Pernambuco e os familiares viajaram de outros Estados para estarem na cerimônia.

“Vieram só para essa programação e ficaram muito impressionados com o funcionamento do Tribunal, com a homenagem que a família recebeu. Ele [o Elphêgo de Souza] teve uma participação importante na vida nacional, era um jurista, não só no Amazonas como em Pernambuco, marcou a passagem como intelectual, como membro do Ministério Público, uma pessoa influente não só na sociedade amazonense e pernambucana“, destacou Josetito Dutra Lindoso.

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Museu é memória

Iniciado em 2019, o projeto já havia concluído os álbuns de cinco ex-presidentes: Paulo Pinto Nery, José Raimundo Franco de Sá, Armando Andrade de Menezes, Coriolano Cidade Lindoso e José Ribeiro do Nascimento. O trabalho consiste inicia na “garimpagem” de material documental e fotográfico em posse das famílias. Depois, esse material é digitalizado e até restaurado, em algumas ocasiões, e pode ser devolvido para a família ou ficar no museu, dependendo do desejo dos descendentes.

Josetito Lindoso reafirmou a importância de resgatar a memória. O coordenador-geral do museu do TCE-AM lembrou, ainda, que museu não é só lugar de “coisa velha” e que o acervo conta uma história do que já ocorreu e do que está ocorrendo, para as gerações futuras.

“Todos os dias nós estamos produzindo coisas para memória e coisas de museu. Tem muita gente que tem uma ideia equivocada da ideia de museu, achando que é local de guardar coisa velha, não. Ele pode e deve resgatar a memória, obviamente, e aí coisas que possam não estar mais sendo usadas passam a ser lembradas e visualizadas. Ele tem obrigação de, todo dia, recolher informações para que sejam preciosas na utilização para o futuro. Porque o museu se faz, hoje, o que é novo daqui a 50 anos vai ter sua importância história, porque vai retratar o momento, uma circunstância no que aquilo foi produzido“, destacou.

Para o futuro, Josetito Lindoso espera concluir a produção e entrega dos álbuns de todos os 33 ex-presidentes, assim como intensificar a relação com os estudantes e com a comunidade, divulgando a atividade do museu e convidando as pessoas a participar desse processo.

“Esse museu não tem razão de ser, o Tribunal de Contas não tem razão de ser, se ele não tiver firmemente envolvido com a sociedade, e prestando contas com a sociedade. Nós temos esse papel preponderante de continuar a fazer a divulgação do tribunal junto aos estudantes, a comunidade civil, enfim, àqueles que se interessarem em preservar a nossa memória e a nossa identidade“, concluiu.

Edição: Eduardo Figueiredo

Revisão: Gustavo Gilona