Na presidência do Conselho de Segurança da ONU, Brasil vai pautar igualdade de gênero e clima

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante abertura do Debate Geral da 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (Ricardo Stuckert/19.set.23/PR)

02 de outubro de 2023

14:10

Mayara Subtil – Da Agência Amazônia

BRASÍLIA (BSB) – O Brasil assume, a partir deste domingo, 1°, a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pela décima-segunda vez durante o mês de outubro, com objetivo de pautar temas como paz e igualdade de gênero, assim como questões como clima e meio ambiente. O País foi eleito como membro não permanente do órgão para um mandato de dois anos, que termina no fim de dezembro de 2023.

Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro. (19.set.23 – Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Esta será a décima segunda passagem do País na presidência desde a criação do conselho, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Conforme o secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos do Itamaraty, embaixador Carlos Márcio Cozendey, a capacidade de construir consensos e a busca de uma atuação produtiva e ativa será crucial para que o Brasil se apresente como candidato a uma vaga permanente no órgão. “Não deixa de ser um teste para o Brasil”, mencionou.

Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que assim como paz, igualdade de gênero, clima e meio ambiente estarão entre os temas a serem pautados pelo Brasil. Desigualdades sociais e econômicas também entrarão no debate.

A presidência não tem tanto espaço para inovar na agenda, pois tem uma série de eventos que tem que acontecer, de mandatos e de periodicidade de tratamento de temas. Mas, claro, naqueles temas em que a gente tem interesse maior, nós, obviamente, daremos um foco especial”, complementou Cozendey.

Conselho de Segurança da ONU (Loey Felipe/UN Photo).

A crise em várias nações do continente africano, bem como a situação na Colômbia e no Haiti são outros assuntos a serem tratados em outubro. A guerra na Ucrânia também é um tema que deverá entrar na pauta. O Brasil condenou a invasão do País do Leste Europeu pela Rússia, mas disse não concordar com sanções unilaterais contra os russos, aplicadas por países ocidentais como EUA e os integrantes da União Europeia (UE).

O conselho

Hoje, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes e com direito a veto (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) e dez membros rotativos. Depois do Japão, o Brasil foi o País que mais foi eleito à categoria de não permanente. São 22 anos como integrante do conselho.

Os debates sobre a reforma do Conselho de Segurança acontecem há, pelo menos, 20 anos, mas, até o momento, não houve avanços. Brasil, Índia, Japão e Alemanha são exemplos de países com interesse em fazer parte do grupo de permanentes. No dia 19 de setembro, o presidente Lula declarou, em discurso na Assembleia Geral da ONU, que o Conselho de Segurança “vem perdendo, progressivamente, sua credibilidade”, referindo-se à escassez de reformas.

Segundo a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança da ONU possui quatro missões: manter a paz e a segurança internacional, desenvolver relações amistosas entre as nações, cooperar em resolver problemas internacionais e em promover o respeito aos direitos humanos e ser um centro para harmonizar as ações das nações.

Editado por Marcela Leiros
Revisado por Adriana Gonzaga