Netflix lança 2ª temporada de ‘Cidade Invisível’ e produtores do AM avaliam impacto na cena local

A série que estreou em 2021, apresentando mistério e mitos do folclore brasileiro, ganhou repercussão mundial e se tornou um grande sucesso (Reprodução/Netflix)

08 de fevereiro de 2023

21:02

Mencius Melo – Da Agência Amazônia

MANAUS – Um dos maiores sucessos da produção audiovisual brasileira, em 2021, retorna para sua segunda temporada em 2023. A série “Cidade Invisível” (Netflix, 2021) está de volta com a trama que une mistério e mitologia folclórica do Brasil. A série é ambientada no Rio de Janeiro, mas tem cenas gravadas em Belém do Pará. À REVISTA CENARIUM, profissionais do audiovisual local falaram sobre a produção que tem no elenco Zahy Guajajara e Kay Sara, atrizes indígenas do Maranhão e do Amazonas, respectivamente, além de atores como Marco Pigossi (Eric), Alessandra Negrini (Inês) e Manu Dieguez (Luna).

Para o cineasta Sérgio Andrade, a iniciativa como a da Netflix podem trazer benefícios aos produtores e à cena do audiovisual nortista (Reprodução)

A sinopse da segunda temporada traz a narrativa: “Após dois anos ausente, Eric aparece em um santuário natural protegido por indígenas e procurado por garimpeiros ilegais, perto de Belém do Pará. Ele descobre que Luna e Cuca estavam morando nas proximidades, com o objetivo de trazê-lo de volta à vida. Embora queira retornar, imediatamente, para o Rio de Janeiro com Luna, suas habilidades sobrenaturais recém-adquiridas o tornam necessário para proteger Luna e o santuário, que descobre serem, intimamente, ligados”.

Para o cineasta e produtor Sérgio Andrade, autor de obras como “Antes o tempo Não Acabava” e “A Floresta de Jonathas”, produções como a “Cidade Invisível 2”- se sensíveis ao mercado amazônico, tendem a contribuir:

“Acho que essas produções são importantes, sim, na medida que valorizam o elenco e as equipes locais e indígenas”, afirmou. Andrade também chama atenção para o mercado: “Do ponto de vista mais mercadológico, a Netflix, se ela que financia a produção, estimula nosso mercado”, declarou.

Investimento

Sérgio Andrade acredita que mais investimentos podem trazer mais retornos: “O que acho é que esses canais, como a Netflix, tem que investir mais, ainda, é na realização de roteiros nossos e novos realizadores. Acho também que a Netflix tem que investir, sem medo, nos talentos brasileiros e amazônicos e em obras genuínas”, recomendou. Quanto à participação da atriz amazonense, Sérgio parabenizou: “Que legal que Kay Sara está aí, ela trabalhou comigo em ‘Antes o Tempo não Acabava’ e ‘A Terra Negra dos Kawa”, recordou.

Outro que também avalia como positiva a iniciativa da gigante do streaming é o cineasta e produtor Z Leão. O amazonense que é o idealizador de um dos maiores festivais de curta do mundo, o “Festival Um Amazonas”, realizado em Manaus, elogia a iniciativa: “Elas motivam os cineastas a darem mais valor às nossas regionalidades porque o tema ganha uma grande repercussão nacional e internacional”, observou.

Z Leão também chama atenção para o detalhe que torna “Cidade Invisível” um sucesso junto ao público. Para ele, a originalidade do roteiro faz da série algo que cativa por ser diferente. “Por ser uma novidade de história, isso cativa muito o público que está cansado dos mesmos roteiros, das mesmas tramas”, destacou. Para Leão, isso pode ser uma tendência: “As plataformas estão loucas por roteiros frescos e não repetitivos”, finalizou.

Para o cineasta Z Leão, roteiros com tramas que apresentem novidade e originalidade podem chamar atenção de produtoras e do público (Reprodução)

Sucesso

“Cidade Invisível” é uma série brasileira original da Netflix, estreou no dia 5 de fevereiro de 2021 alcançando o Top 10 em mais de 40 países e, ao que tudo indica, será um dos grandes lançamentos de 2023. A trama, desta vez, traz a narrativa antigarimpo e a adição de pessoas indígenas na produção.

A série é produzida por Carlos Saldanha e apresenta a fantasia e o suspense baseados em uma história desenvolvida pelos roteiristas e autores Raphael Draccon e Carolina Munhóz, que também atuam como consultores no projeto.