No AM, indígenas realizam feijoada para ajudar a regularizar comunidade

Comunidade que abriga 12 famílias da etnia Munduruku (arte: Mateus Moura)

03 de março de 2023

13:03

Ívina Garcia – Da Agência Amazônia

MANAUS – Moradores da Aldeia Sete Flechas, localizada no km 32, da AM-010, em Manaus, estão organizando uma feijoada beneficente nesse domingo, 5, para arrecadar recursos para o processo de regularização da comunidade, que abriga 12 famílias da etnia Munduruku.

Com show ao vivo, sorteio de brindes e bingo, a feijoada será realizada no “Bar dos Amigos”, situado na Rua dos Pássaros, nº 18, bairro Lago Azul, Zona Norte de Manaus, a partir das 11h, no valor de R$ 15, e pode ser adquirida com antecedência pelo contato (92) 99225-9134 ou no dia do evento.

Tereza Munduruku, moradora da comunidade e uma das organizadoras da ação, conta que eles precisam arrecadar a quantia de R$ 8.500 para continuar o processo de legalização. “A gente estava tentando regular para escoar nossa produção e aumentar nosso plantio, para a gente poder utilizar a terra que ocupamos legalmente”, explica.

Aldeia Munduruku promove feijoada beneficente (Reprodução/Acervo Pessoal)

A Aldeia Sete Flechas ocupa o espaço desde 2016, mas só em 2022 entraram com processo de regularização, após uma visita da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM). A comunidade tem como única fonte de renda a venda da produção agrícola.

Entre os materiais produzidos pela comunidade estão o cheiro-verde, a pimenta-de-cheiro, a macaxeira, o jerimum e o mamão, que escoados para comércios na zona Norte de Manaus, especialmente nos bairros Santa Etelvina e Monte das Oliveiras.

“Além dos produtos alimentícios, a gente também trabalha com artesanato indígena. Antes íamos para as feiras expor, mas temos ultimamente vendido mais por encomenda, por conta das dificuldades de transporte da aldeia para a cidade”, relata a moradora Tereza Munduruku.

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Comunidade busca regularização após sete anos de ocupação (Reprodução/Acervo Pessoal)

Conforme a DPE, um ofício foi enviado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) solicitando informações sobre a propriedade das terras para, posteriormente, avaliar quais medidas serão tomadas para ser conduzida a regularização.

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A reportagem da REVISTA CENARIUM tentou contato com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Fundação Estadual do Índio (FEI) para questionar sobre a regularização das terras, mas até a publicação desta reportagem ambos os órgãos não enviaram resposta.

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