Nomes à Prefeitura de Belém começam a ser cogitados; veja quem são

Belém foi oficializada como sede da COP30 em 2025 (Bruno Cecim/Agência Pará)

25 de janeiro de 2024

21:01

Yuri Siqueira – Da Agência Cenarium

BELÉM (PA) – Em outubro deste ano acontecem as eleições que vão decidir os cargos de prefeito e vereadores municipais em todo o Brasil. A disputa pelo posto de prefeito de Belém, capital paraense, ainda segue embaralhada. Partidos se movimentam para definir possíveis candidatos e, até o momento, pelo menos oito nomes são cogitados.

A data limite para definição dos concorrentes a chefe do Executivo dos municípios é 15 de agosto. De acordo com o cientista político e social André Buna, até esse dia, as listas com os prováveis postulantes vão ser apenas de conjecturas. Ainda segundo o especialista, já é possível saber para qual rumo serão os discursos dos candidatos.

“O próximo prefeito vai lidar com a COP30. Então, a tônica do debate será esse. Os discursos dos candidatos à prefeitura de 2024 vão de questão ambiental às propostas para a capital paraense e, ainda, às portas de um grande evento mundial”, comentou Buna.

Vista aérea de Belém, capital do Pará (Bruno Cecim/Agência Pará)

AGÊNCIA CENARIUM apurou que há expectativas de que o atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), tente a reeleição. Da extrema direita, o nome mais cogitado é do deputado federal Delegado Eder Mauro, do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL.

O Movimento Democrático do Brasil (MDB), partido do atual governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, ainda se divide entre Zeca Pirão e mais outros dois nomes femininos, que são de Alessandra Haber, esposa do atual prefeito de Ananindeua e, atualmente, deputada federal, e da vice-governadora do Estado, Hana Ghassan.

Outra figura em avaliação é o Delegado Eguchi, derrotado no segundo turno das eleições municipais de 2020 e que, agora, deve ser lançado pelo Partido Renovação Democrática (PRD). Quem também pode entrar na disputa é Thiago Araújo, pelo Cidadania, e Igor Normando, pelo Podemos.

Nomes à Prefeitura de Belém começam a ser cogitados (Composição de Paulo Dutra/Agência Cenarium)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu o primeiro turno das eleições municipais para o dia 6 de outubro de 2024. Se necessário, o segundo turno vai ocorrer em 27 de outubro do mesmo ano.

Atual gestão

O atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, foi classificado como o pior gestor de capitais brasileiras, de acordo com um ranking internacional divulgado pela plataforma Atlas Político. Os dados apontam reprovação de 88% e aprovação de apenas 6% para o gestor.

Para o cientista político André Buna, ainda que haja tempo para o chefe do Executivo municipal trabalhar na melhoria da capital belenense, neste ano, e, com isso, garantir a reeleição, o atual cenário para o político é “péssimo”. Na visão do especialista, é improvável reverter o quadro de insatisfação dos eleitores.

“Qualquer belenense ou paraense que vive na capital sabe que a situação do Edmilson, para esse pleito que se aproxima, é péssima. O cenário para o atual prefeito, provável candidato à reeleição, para qual seria seu quarto mandato na capital, não é nada bom. Eu acho que a própria pessoa e os integrantes do primeiro escalão de seu governo sabem que não é nada confortável”, analisa o cientista político.

Via urbana, em Belém, tomada por resíduos descartados em local impróprio (Divulgação)

Buna comenta, ainda, que os moradores da capital saíram prejudicados com a gestão de Edmilson Rodrigues. O especialista aponta que as áreas mais afetadas foram a saúde e a limpeza pública, citadas nas promessas de campanha e que tiveram pouca resolução.

“Em relação à área da saúde não foram cumpridas promessas como melhoramento das unidades básicas de saúde e também unidades de saúde em algumas ilhas no entorno. A questão asfáltica e as questões de enchente foram prometidas e não cumpridas. A grande crise foi lidar com o lixo, principalmente, com a coleta, que foi muito deficitária”, destacou o cientista político e social.

Desafios da nova gestão

Moradora do Distrito de Icoaraci, em Belém, Ana Carla Bastos participa, ativamente, de associações de moradores que buscam a melhoria do espaço que residem. De acordo com a jovem, são diversos os desafios enfrentados pela população na atual gestão municipal, entre eles, o problema da coleta de lixo.

“É um descaso total com a população. A gente nunca sabe quando o carro do lixo vai passar. Já entramos em contato e eles dizem que existe um cronograma de coleta, mas, pelo menos, nas ruas de Icoaraci nunca foi cumprido. As ruas foram invadidas por montes de lixo. É uma situação muito difícil. É ruim pra andar, é um fedor, e ninguém sabe o que fazer”, relata Bastos.

Pontos de lixo acumulado no Distrito de Icoaraci (Reprodução/Olavo Dutra)

Questionada sobre as eleições municipais de 2024, que vai decidir o prefeito que vai governar Belém pelos próximos quatro anos, a residente de Belém afirma que é uma escolha que precisa ser bastante avaliada de acordo com as propostas dos candidatos.

“Eu espero que nosso próximo prefeito tenha compromisso com quem elegeu ele. Tem pessoas morrendo em fila de atendimento de unidade básica, as ruas só lixo, as praças abandonadas. Então, precisamos de alguém que atenda nossas necessidades e nos dê condições dignas de viver em Belém, que é uma terra tão abençoada”, ressaltou a moradora do Distrito de Icoaraci.

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Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Adriana Gonzaga