Nos EUA, Bolsonaro defende presos por ataques de 8 de janeiro: ‘Chefes de família’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

28 de fevereiro de 2023

12:02

Marcela Leiros – Da Agência Amazônia

MANAUS – O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nessa segunda-feira, 27, no evento SA Summit 2023, na Flórida, Estados Unidos, os presos pelos ataques a prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília, alegando serem tratados como terroristas. No discurso, Bolsonaro afirmou que são “Chefes de família, senhoras, mães, avós” e que nada foi apreendido com os presos.

“No Brasil, tudo passou a ser fake news, atentado contra o Estado Democrático de Direito. Vão completar dois meses com 900 pessoas presas, tratadas como terroristas”, afirmou. “Não foi mostrado quando foram presas, um canivete sequer com elas. E estão presas. Chefes de família, senhoras, mães, avós”.

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Os extremistas invadiram o Congresso Nacional na tarde de 8 de janeiro de 2023, após romperem barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. No prédio do Poder Legislativo, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa e vandalizaram equipamentos de votação no plenário.

Em seguida, os extremistas se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde o depredaram. Por fim, invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF), quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras e o Brasão da República – o qual é fixado à parede do plenário. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao prédio, e arrancaram porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Prisões

De acordo com a Folhapress, a maioria dos presos segue detido após 50 dias das primeiras prisões. O veículo de comunicação informou que segundo a Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, nessa segunda-feira, 27, eram 910 presos, sendo 605 homens e 305 mulheres.

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao menos 1.420 pessoas foram presas em flagrante nos dias 8 e 9 de janeiro ou durante as operações deflagradas pela Polícia Federal nas semanas seguintes.

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Nesta terça-feira, 28, Moraes determinou a soltura de 102 pessoas que foram presas por causa dos atos golpistas. Eles vão poder retornar para suas cidades de origem, mas vão ser monitorados por tornozeleira eletrônica.

Nessa segunda-feira, 27, o Ministério Público Federal apresentou ao Supremo Tribunal Federal denúncias contra 62 pessoas. Elas foram presas em flagrante durante os atos de vandalismo em Brasília, no dia 8 de janeiro.