17 de março de 2023

17:03

Mencius Melo – Da Agência Amazônia

MANAUS – Uma narrativa que envolve amizade e fé em uma jornada pela floresta amazônica. Esse é o pano de fundo do livro “Um Milagre na Amazônia” (Ed. Publicação Independente, 86 pág.), do escritor paulistano Edir Bertuccelli Novo. Na obra de ficção, o autor faz uma imersão sensível a um tema que marca o dia a dia do brasileiro: a fé.

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, o escritor Edir Bertuccelli Novo comentou sobre a ficção, religião, ambientalismo, diálogo e tolerância e o porquê de seus personagens estarem ambientados no Amazônia. “No meu entendimento a Amazônia é mágica, com tantas belezas tanto na flora como na fauna, mas o mais importante é termos consciência que a Amazônia é o berço do mundo. Chamar a atenção para a preciosidade que possuímos e que precisamos preservá-la”, declarou.

Com temática ancorada na fé, Bertuccelli avalia que, também, é preciso falar dos eventos que evidenciam a presença da intolerância religiosa na sociedade brasileira. “Entendo que precisamos difundir mais o assunto para que as pessoas tenham consciência da importância das nossas diversidades, seja ela qual for, não propriamente entrar em uma determinada religião, porque cada um tem que buscar aquilo que se sente melhor, mas mostrar a importância do fundamento do bem ao próximo”, afirmou.

Pajé e cura

Na trama, o personagem central entra em uma aventura selva adentro em busca da cura, por meio de um pajé. O contexto evidencia a busca do diálogo entre o homem urbano de São Paulo e as raízes de um Brasil originário. “O diálogo tem que estar sempre a frente em qualquer situação, principalmente com os povos originários que estão sendo massacrados pela ganância daqueles que só estão preocupados com o bem material”, destacou Edir.

A perspectiva da religião e meio ambiente, segundo o escritor, pode até parecer estarem de lados opostos, mas estão interligados. “Religião e meio ambiente tem tudo a ver. As religiões podem contribuir através de seus fiéis com a conscientização da preservação do meio ambiente”, analisou. Questionado se esteve na Amazônia, Edir respondeu. “Ainda não estive, mas um dia conhecerei tanto a floresta como os povos originários. Costumo dizer que um escritor é como um palhaço no circo. Um palhaço tem que fazer o seu público rir e o escritor passar ensinamentos e emoção o seu leitor”, respondeu.

Edir Betuccelli Novo aborda a questão da fé em sua obra e tem boas razões para isso. “Sou espírita e médium de cura. Meu mentor espiritual é um indígena, o ‘Flecha Dourada’, mas o mais importante é levar luz, caridade e amor. Prefiro sempre falar em espiritualidade pois assim não falamos diretamente em religião. O mais importante é aceitarmos as diversidades”, finalizou.