PF prende quatro pessoas em operação contra garimpo e comércio ilegal de ouro no Pará

As operações tiveram a participação de 36 agentes de segurança pública (Ascom/PFPA)

23 de junho de 2023

12:06

Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – A Polícia Federal (PF) cumpriu nessa quinta-feira, 22, quatro mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão em duas operações simultâneas no Sudeste do Pará. As ações tinham como objetivo combater o garimpo ilegal e o comércio ilegal de ouro na região.

Denominada “Mateus 22.21“, a primeira operação contou com a parceria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), visando desmobilizar garimpos de ouro e combater o trabalho análogo à escravidão no município de Bannach. De acordo com a PF, essa atividade ilegal está causando danos ao Rio Bananal.

No garimpo descoberto pelos agentes, dois proprietários foram presos. A PF também apreendeu quatro retroescavadeiras, uma espingarda, uma caminhonete, quatro motores, uma motocicleta e um caminhão-prancha usado para transportar as retroescavadeiras.

Já a operação ‘Apocalipse 3.18’, visou combater o comércio ilegal de ouro na cidade de Tucumã, onde um grupo familiar movimentou mais de R$ 50 milhões em um ano de forma clandestina.

Duas pessoas foram presas por tráfico de drogas e posse ilegal de arma. No local, também foram apreendidos 150 gramas de ouro, uma caminhonete, um carro, aproximadamente um quilo de maconha e uma pistola.

Danos ambientais e humanitários

As duas operações tiveram a participação de 36 agentes de segurança pública. A PF informa que prioriza a fiscalização do garimpo ilegal na região devido aos graves danos ambientais e à saúde humana, além dos prejuízos causados aos povos indígenas e comunidades tradicionais.

“O garimpo ilegal frequentemente está relacionado a outros crimes, como trabalho análogo ao de escravo, tráfico de drogas, tráfico de armas, tráfico de animais, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Caso as hipóteses criminais sejam confirmadas, os responsáveis poderão ser indiciados por crimes ambientais, usurpação de recursos da União (extração e comércio ilegal de minério), associação criminosa, entre outros”, diz a PF por meio de nota.

Os nomes das operações são referências a passagens Bíblicas. Mateus 22.21 traz a frase “Dai a César o que é de César”; enquanto Apocalipse 3.18, contém uma metáfora sobre compra de ouro.