‘Por mais igualdade, oportunidade e respeito’; diz presidente do PSDB-Mulher no AM sobre participação feminina na política

Presidente do PSDB-Mulher, no Amazonas, a arquiteta Elisabeth Ribeiro

26 de abril de 2022

21:04

Ívina Garcia- Da Revista Cenarium

MANAUS – A participação das mulheres na política vem sendo cada vez mais discutida no Brasil. Mesmo sendo a maioria do eleitorado, com uma média de 53% entre os 150 milhões de eleitores, o País está na 142ª posição entre 191 nações citadas no mapa global de mulheres na política da Organização das Nações Unidas (ONU). No Amazonas, partidos buscam alavancar a candidatura de mulheres. O PSDB-AM, por exemplo, lançou nesta terça-feira, 26, uma campanha chamando as mulheres para se filiarem ao partido.

Em um vídeo publicado e compartilhado nas redes, tanto do partido quanto de alguns filiados, a presidente do PSDB-Mulher, no Amazonas, a arquiteta Elisabeth Ribeiro destaca a importância da força feminina nos âmbitos sociais e políticos. “É hora de nós, mulheres do Amazonas, mostrarmos nossa força na política e na sociedade. Junte-se a nós nessa luta por mais igualdade, oportunidade e respeito”, declara Elisabeth.

Ela pontua a paridade de gênero na política destacando que, não somente a participação feminina é importante, mas também o empoderamento das mulheres, principalmente, àquelas com menor poder aquisitivo e em situação de vulnerabilidade. A publicação também conta a participação do ex-senador e presidente do PSDB-AM, Arthur Virgílio.

“No Brasil, com mais de 50% da sua população e eleitores formados por mulheres, e em que as condições subumanas ainda estão aí para nos envergonhar, precisamos delas na linha de frente dessa luta”, comenta Arthur.

Vídeo publicado nesta terça-feira, 26 (Reprodução/ Instagram)

“Temos a necessidade de mais mulheres na política, na vida pública, pensando o Brasil, pensando as leis, pensando as políticas públicas que venham a trazer qualidade de vida e equidade para toda a população. Não só para elas, mas também para seus filhos e seus companheiros. É uma luta que vai além de garantir o direito de escolher seus representantes no Legislativo e no Executivo”, completa.

Dados

Segundo declarações do analista judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alfredo Renan Dimas Oliveira, durante o Seminário de Pesquisas Empíricas Aplicadas a Políticas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a participação política feminina em municípios do interior com menos de 10 mil habitantes consegue ser ainda pior do que nas capitais.

“Se, de um lado, o partido é obrigado a encontrar essas candidaturas femininas sérias, como fazer isso no contexto social desses pequenos municípios?”, questionou. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, até março de 2022, a maioria do eleitorado feminino filiado a algum partido possui entre 45 e 59 anos.

Segundo as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral, na última eleição para presidente, em 2018, as mulheres correspondiam a 52,50% do eleitorado, mas apenas 16,11% foram eleitas, dados que reforçam a necessidade de mudança dessa realidade, como ressalta a jornalista e cientista política Liege Alburquerque.

O que mostram as pesquisas é que mulher não vota em mulher. Nós somos maioria do eleitorado e somos minoria no Congresso Nacional, em tudo quanto é Câmara ou Assembleia. Eu acho lamentável. Nessas eleições, temos candidatas a deputadas federais com currículos excelentes, […] mas, a gente não vota na gente”, avalia a cientista política.

Ela acredita que um dos passos para a mudança do cenário atual deve partir das mulheres, tanto na abertura do espaço para candidatas, quanto na confiança. “Eu mesma decidi que, a partir desse ano, eu vou começar a votar só em mulheres, porque sei que temos candidatas boas”, conclui.