‘Precisa cumprir função social’, diz governador do AM sobre expansão do mercado de gás natural

Governador Wilson Lima durante discurso no lançamento dos investimentos do mercado de gás (Jander Souza/ CENARIUM)

15 de fevereiro de 2023

21:02

Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira, 15, investimento de R$ 45,1 milhões para a expansão do mercado de Gás Natural (GN) no Estado em 2023. O aporte será feito por meio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), responsável pelo serviço público de distribuição e comercialização de Gás Natural (GN). Durante entrevista, o governador defendeu que a reserva natural de gás que o Amazonas tem precisa cumprir uma função social.

“A gente tem trabalhado, e tenho feito isso desde o início do meu mandato, para fazer com que o gás natural chegue a essas camadas que realmente precisam. Essa reserva natural de gás que a gente tem precisa cumprir uma função social e esse é meu objetivo como governador”, destacou Wilson Lima.

O recurso do Governo do Amazonas anunciado nesta quarta-feira,15, será aplicado no plano de expansão da rede de gasodutos com o objetivo de ampliar o número de Unidades Consumidoras (UC’s) beneficiadas que, este ano, chegará a mais de 16 mil Unidades Consumidoras. E deve chegar a 28 mil até 2027.

Governador Wilson Lima em entrevista coletiva (Jander Souza/CENARIUM)

Ampliação

Com a aplicação do recurso, a Cigás pretende expandir a Rede de Distribuição de Gás Natural (RDGN) para mais de 270 quilômetros de extensão em 2023. Atualmente, a infraestrutura de gasodutos é de 239 quilômetros. O planejamento da companhia prevê diversas frentes de atuação, denominadas bolsões de obras, visando a expansão da rede de gasodutos em ruas e avenidas de diferentes zonas de Manaus.

Parte dessas obras iniciou no ano passado e deve ser finalizada no primeiro semestre de 2023. São elas: bolsões Max Teixeira, Distrito Industrial (etapa 3), Eliza Miranda (etapa 1) e Dom Pedro (terceira etapa).

Em junho, serão iniciados novos contratos para execução de obras nos demais meses de 2023 até o primeiro semestre de 2024, compreendendo os bolsões Torquato Tapajós (etapas 2, 3 e 4), Mosaico, Eliza Miranda (etapa 2), Autaz Mirim, Chapada, Distrito Industrial (etapa 4), Dom Pedro (etapa 4), Adrianópolis e Vieiralves.

Atualmente, a Companhia de Gás conta com mais de 12,6 mil Unidades Consumidoras dos segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial, residencial e autogeração/liquefação.

“Não fosse a disponibilidade, disposição e orientação do governador Wilson Lima, nós não teríamos alcançado as marcas que chegamos. Nós estamos falando, de 2018, algo em torno de 1.100 Unidades Consumidoras, para chegar ao final de 2022 com mais de 12.500 Unidades Consumidoras. Portanto, um incremento de mais de 1.000% de Unidades Consumidoras aqui na cidade de Manaus”, informou o diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar.

O segmento termelétrico é o principal consumidor do GN fornecido pela concessionária, representando 95% da demanda de gás natural distribuído pela Cigás. O combustível é usado em usinas termelétricas que geram eletricidade para o abastecimento da população de Manaus e dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás.

Postos de Combustíveis GNV

Em 2023, a rede de abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV) se expandirá para oito postos de combustíveis. Além disso, a Campanha “Faça a Conta. Use GNV!”, que já concedeu mais de R$ 680 mil em incentivos para conversão de veículos para utilização do Gás Natural Veicular, segue vigente até 16 de março. Mais informações podem ser obtidas no site www.usegnv.cigas-am.com.br.

Até o final do ano, a Cigás expandirá para oito postos de combustíveis (Divulgação)

Ainda em 2023, a Cigás deve celebrar contrato para implantação de projeto de flexibilidade e segurança operacional. Por meio dele, será construída infraestrutura de gasodutos interligando os sistemas de distribuição de gás natural Aparecida (que inicia no bairro Aparecida e segue até as rodovias BR-174 e AM-010) e Mauá, cujo ponto de origem está no bairro Mauazinho.

Vantagens do gás natural

A economia proporcionada aos usuários é a principal vantagem do gás natural. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período de 1° a 7 de janeiro deste ano, indicam que o uso do combustível, no Amazonas, em indústrias, pode gerar economia de até 61%; de até 33% no segmento veicular; e até 55% no segmento comercial.

Outro aspecto que merece destaque é a versatilidade de aplicabilidade do combustível, que pode ser utilizado na geração de energia elétrica e de vapor, aquecimento de fornos e secadores, como matéria-prima, na climatização de ambientes, cocção de alimentos, abastecimento de frota de veículos, em empilhadeiras, dentre outros.

O consumo do gás natural também proporciona benefício ambiental. A adesão ao GN, em Manaus, representou redução de 73% na poluição provocada pela queima de combustíveis líquidos e de 55% na emissão de gases de efeito estufa (metano e dióxido de carbono). Esses dados foram comprovados por meio de pesquisa produzida pela Green Ocean Amazon.

Quebra de monopólio

Em 2021, o governador do Amazonas quebrou o monopólio do gás natural no Estado ao sancionar a Lei do Gás, de autoria do Executivo Estadual e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), que estabeleceu um novo marco legal do serviço de distribuição e comercialização do gás natural.

O Amazonas tem 16 áreas de exploração situadas em 19 municípios, incluídas em edital de licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Uma delas está localizada no Campo do Azulão, município de Silves (a 204 quilômetros de Manaus), que nos próximos anos receberá a construção de três térmicas movidas pelo gás excedente.