23 de outubro de 2023
11:10
Adrisa De Góes – Da Agência Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – A Prefeitura de Manaus afirmou, na tarde deste domingo, 22, que considerou o debate público sobre a pintura de uma ciclofaixa no calçadão do Complexo Turístico da Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, revestido por pedras portuguesas, e vai remover toda extensão da pista ciclável. A manifestação ocorreu após um vídeo com críticas à obra repercutir nas redes sociais e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (CAU-AM) emitir nota de repúdio.
De acordo com comunicado da gestão municipal, no lugar da tinta, o projeto vai ser refeito com o mesmo revestimento da área, só que na cor vermelha. A pedra portuguesa é usada em lugares históricos de Manaus, a exemplo do Largo São Sebastião, no centro da capital amazonense, que inspirou as famosas listras do Calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A nota também esclarece que o projeto de construção de 3,6 quilômetros da ciclofaixa segue parâmetros definidos junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM). “Mediante debate público acerca da pintura das pedras portuguesas, em etapa final da obra, a pasta considera relevante os pontos levantados pela sociedade civil e organizada e defere uma readequação do projeto inicial”, diz.
Ainda na tarde deste domingo, o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Renato Júnior, esteve no local e explicou que a mudança no projeto não vai aumentar o orçamento previsto para a obra. “Contactamos a empresa terceirizada que vai tirar e substituir por pedras portuguesas da cor adequada, sem ônus para o município”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.
Repercussão
Após a pintura das pedras portuguesas repercutir nas redes sociais na noite de sábado, 21, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (CAU-AM) e entidades de arquitetos e urbanistas do Estado emitiram manifestação pública para expor indignação em relação à obra executada pela Prefeitura de Manaus.
“Consideramos essa intervenção inadequada e desrespeitosa com o patrimônio histórico-cultural da nossa cidade. Ressaltamos que intervenções desse tipo devem ser realizadas com o devido estudo técnico, levando em consideração aspectos estéticos, históricos e, principalmente, respeitando os direitos autorais de quem tecnicamente idealizou”, diz nota da CAU-AM.
A entidade exigiu reparação da obra e adoção de medidas para recuperação do calçadão do complexo turístico, sob pena de “tornar-se o dano irreversível”.