Prêmio United Earth Amazônia homenageia Roberto Carlos e projetos socioambientais

Roberto Carlos durante a cerimônia do “United Earth Amazônia“ (Gabriel Abreu/Da Agência Amazônia)

27 de fevereiro de 2023

22:02

Gabriel Abreu e Priscilla Peixoto – Da Agência Amazônia

MANAUS – O cantor Roberto Carlos recebeu na noite desta segunda-feira, 27, no Teatro Amazonas, o prêmio “United Earth Amazônia“, que visa reconhecer o melhor da Amazônia e do Brasil nas áreas de arte, música e iniciativas de responsabilidade socioambiental e governança (ESG). Além do artista nacional, o prêmio também foi dado ao cantor Erasmo Carlos, in-memoriam, (recebido pelo filho do cantor) e para mais seis projetos desenvolvidos na Amazônia, todos eles, iniciativas de responsabilidade socioambiental e governança.

A missão do prêmio, que conta com o apoio do Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus, é promover, globalmente, o melhor do Brasil e da Amazônia na Arte e na Música, como linguagem unificadora de propósito e iniciativas de ESG (responsabilidade socioambiental e governança), com comprovada relevância e efetividade no suporte à sustentabilidade da floresta e seus habitantes.

Roberto Carlos agradecendo o Prêmio United Earth Amazônia (Gabriel Abreu/REVISTA CENARIUM)

Os premiados, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, representaram a arte, pela contribuição que ambos fizeram, por meio de sua obra musical, à conservação da Amazônia. Erasmo, falecido em novembro do ano passado, foi representado pelo filho Leonardo Esteves.

“Esse troféu eu recebo não só para mim, recebo pelo Erasmo, porque nossas músicas, todas, fizemos juntos, era meu grande parceiro, e dedico a ele meu prêmio (…) Obrigado a todos àqueles que lembraram de mim”, comemorou o cantor.

O filho de Erasmo também agradeceu. “Onde ele estiver, está batendo palmas e reverenciando essa iniciativa. Acho fundamental que o legado das letras de Roberto e Erasmo permaneçam, para que as pessoas entendam a necessidade da preservação, e um prêmio como esse, que aborda o tema de uma forma intensa e potente, é muito importante e uma merecida homenagem aos dois que fizeram canções falando sobre natureza e preservação“, disse Leonardo.

Erasmo Carlos foi representado pelo filho Leonardo Esteves (Jander Souza/REVISTA CENARIUM)

Protagonismo

Para o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o prêmio dinamiza as ações de sustentabilidade e chama atenção para o protagonismo quanto às iniciativas voltadas para as mudanças climáticas. “(…) Por meio desse prêmio, podemos mostrar que nós somos os maiores preservadores da floresta, buscar o protagonismo das ações e discussões sobre mudanças climáticas, sobre preservação, e essas discussões precisam sair de dentro para fora, e elas estão acontecendo de fora para dentro”, ressaltou o prefeito que complementa:

Todos representam o Amazonas, no mundo à fora, porém, o povo da floresta, o povo que faz o trabalho dessa preservação precisa ser consultado e não comunicado dessas iniciativas, portanto, este é o sentido desta ação“, salienta.

Responsabilidade

O líder indígena Almir Suruí também foi um dos homenageados, por ser um dos responsáveis pelo “Projeto Pamine – Renascer da Floresta”, desenvolvido pela comunidade indígena Paiter Suruí, em Rondônia, para devolver à floresta o que dela for retirado. Em entrevista a AGÊNCIA AMAZÔNIA, Almir falou sobre o papel vital da Amazônia. “A Amazônia tem um papel importante de equilíbrio climático, da sustentabilidade, da consciência do futuro e também do conhecimento, pois é um coração que precisa ser cuidado para que o mundo esteja bem” diz o líder que celebra o prêmio:

“Eu recebo, com muita alegria, em ser reconhecido por esse prêmio, e também com grande responsabilidade, pois um trabalho reconhecido precisa ser feito de forma responsável, como exemplo”, comemora.

O líder indígena Almir Suruí também foi um dos homenageados (Jander Souza/REVISTA CENARIUM)

Os premiados receberam uma escultura no formato de uma esfera, com seis lados, relacionados com os valores da United Earth, cada uma deles representando o homem com seus braços, conectando com a fauna, flora, ar, água, recursos naturais, e com toda a humanidade, integrados e entrelaçados em uma única peça. O prêmio é uma criação do artista e escultor brasileiro, Darlan Rosa.

Capital da Amazônia

Segundo Rubenson Chaves, representante institucional da LCTM BrandBuilder e da United Earth, na Amazônia, Manaus foi escolhida e anunciada como sede, em outubro do ano passado, por ser a “Capital da Amazônia”, um símbolo para todos àqueles que têm como propósito a causa da conservação e das populações que se sustentam com o produto da floresta, sem degenerá-la.

A ideia é tornar o Prêmio United Earth Amazônia uma referência, tal qual o Prêmio Nobel, para conscientizar a população a mudar hábitos e atitudes, para contribuir com a preservação do Planeta, tendo o bioma Amazônia como uma referência. Será um evento anual, no Brasil, e a partir deste ano será realizado em outras cidades do mundo, de forma que se torne um prêmio global, com características de cada localidade”, ressalta Chaves.

Prêmio United Earth Amazônia (Gabriel Abreu/REVISTA CENARIUM)

United Earth Amazônia

A United Earth e a LCTM BrandBuilders são as duas instituições que criaram o prêmio United Earth Amazônia. O Prêmio tem entre os patrocinadores: o grupo Tellescom, grupo com ecossistema completo, integrando manufatura, R&D, logística, software, serviços, soluções inovadoras de transformação digital e projetos socioambientais; e Moto Honda da Amazônia. O Prêmio tem, ainda, o apoio do Governo do Estado do Amazonas e da Prefeitura Municipal de Manaus.

Os seis projetos premiados foram:

1: “Vaga Lume”, na área educacional, desenvolvido para atender as crianças das comunidades rurais da Amazônia.

2: “Sataré-Mawé“, projeto de Eco-Etnodesenvolvimento que busca a independência econômica por meio da bioeconomia sustentável do guaraná pelas comunidades do Amazonas.

3: “Sakaguchi Agroflorestal”, projeto de aprimoramento e disseminação agroflorestal, gerando desenvolvimento social e econômico da comunidade de imigrantes japoneses e da região.

4: “Braziliando”, projeto que desenvolveu a integração entre turistas e os povos tradicionais da Amazônia por meio da inovação em tecnologia de turismo de base comunitária.

5: “Rede Mulheres do Maranhão”, projeto que promove a inclusão social e econômica por meio do empoderamento das mulheres para o empreendedorismo a partir do cultivo e subprodutos do babaçu.

6: “Projeto Pamine – Renascer da Floresta”, desenvolvido pela comunidade indígena Paiter Suruí para devolver à floresta o que dela for retirado.