‘Preto e imponente’, diz Vini Jr., após Cristo Redentor ter luzes apagadas em ato contra o racismo

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (Reprodução/Twitter)

22 de maio de 2023

21:05

Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O atacante do Real Madrid, Vinicius Jr., disse ter se emocionado após o Cristo Redentor, ponto turístico do Estado do Rio de Janeiro (RJ), permanecer por uma hora com as luzes apagadas na noite desta segunda-feira, 22, em solidariedade e apoio à luta antirracista. Nascido e revelado na capital fluminense, o jogador brasileiro foi vítima de racismo durante partida do Campeonato Espanhol, no domingo, 21.

Nas redes sociais, Vini Jr., como é conhecido, agradeceu as homenagens e os apoios recebidos, como da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e de personalidades do esporte, entre elas, Neymar Jr., Mbappé e Casemiro. O atleta também afirmou que carrega o propósito de não permitir que situações semelhantes ao que aconteceu com ele atinjam as gerações futuras.

Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou, assim, há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta. Agradeço demais toda a corrente de carinho e apoio que recebi nos últimos meses. Tanto no Brasil quanto mundo afora”, escreveu o atacante no Twitter.

O perfil oficial do Cristo Redentor, nas redes sociais, publicou nota de repúdio e solidariedade, nesta segunda, 22, pelos atos sofridos por Vini Jr. na Espanha. O reitor do santuário, Padre Omar, assinou a manifestação, que representa “luta coletiva contra o racismo”, voltada ao jogador brasileiro e também às vítimas de preconceito.

Governo brasileiro pede providências

No início da tarde desta segunda, o governo brasileiro divulgou nota conjunta, à imprensa, em repúdio aos ataques racistas contra Vini Jr. O documento, que cobra providências das autoridades espanholas, foi assinado pelos ministérios das Relações Exteriores, Igualdade Racial, Justiça e Segurança Pública, Esporte e dos Direitos Humanos e Cidadania. 

“Espanta a persistência dos crimes que são cometidos contra o atleta brasileiro, contra todos os afrodescendentes e, sim, contra toda a humanidade, a cada cântico e a cada gesto racista lançado contra o jogador”, disse a ministra das Relações Exteriores substituta, a embaixadora Maria Laura da Rocha, durante a abertura do seminário Brasil-África: relançando parcerias, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

A ministra substituta de Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, durante o seminário Brasil-África, no Itamaraty (Antonio Cruz/Agência Brasil)
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