24 de setembro de 2023
16:09
Adrisa De Góes – Da Agência Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – O promotor de Justiça Walber Nascimento teve férias concedidas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) após associar a advogada criminalista Catharina Estrella a uma cadela em sessão do Tribunal do Júri de Manaus. O despacho é assinado pelo subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos Institucionais, Aguinelo Balbi Júnior.
Na quinta-feira, 21, a Procuradoria-Geral de Justiça autorizou o gozo de 20 dias de férias no período de 22 de setembro a 11 de outubro e outros 20 dias no período de 16 de outubro a 4 de novembro, referentes ao primeiro e segundo semestre deste ano, respectivamente. As informações foram publicadas no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MP-AM.
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Walber Nascimento foi afastado das funções pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no último dia 18. O conselheiro Oswaldo D’Albuquerque afirmou, na determinação, que a atitude do promotor contra a advogada caracteriza, em tese, a prática de conduta misógina e possível infração disciplinar decorrente de descumprimento de dever funcional.
A Corregedoria Nacional já havia instaurado, de ofício, em 14 de setembro, Reclamação Disciplinar em desfavor do referido promotor de Justiça, tendo em vista a competência constitucional do Órgão Correicional Nacional.
Entenda o caso
O promotor Walber Nascimento associou a advogada criminalista Catharina Estrella a uma “cadela” durante audiência no plenário da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, na quarta-feira, 13. “Não ofenderia uma cadela”, disse ao comparar a jurista ao animal.
“Eu disse que os cachorros eram fiéis, eram leais. Levando em consideração a lealdade, eu não poderia fazer essa comparação dela com uma cadela, porque senão eu estaria ofendendo a cadela”, diz Nascimento em vídeo que circulou nas redes sociais.
A Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), entidade representativa de classe, manifestou apoio ao promotor e disse que a declaração de Walber foi distorcida pela advogada e que a acusação é “injusta”.