Queimadas deixam capital de Roraima entre 15 piores em qualidade do ar no mundo

Fumaça em Boa Vista (RR) (Reprodução/Redes Sociais)

02 de abril de 2024

19:04

Jacildo Bezerra – Da Agência Cenarium

BOA VISTA (RR) – Boa Vista, capital de Roraima, voltou a aparecer, nesta terça-feira, 2, no Índice Mundial de Qualidade do Ar como a 15ª com o ar mais contaminado e perigoso do mundo para se respirar. A cidade marcou entre 235 e 279 pontos na escala de medição, o que é considerado “muito prejudicial à saúde”.

Ao longo do dia, a cidade esteve encoberta por uma fumaça densa, que pôde ser vista de diferentes bairros. Nas redes sociais, moradores relataram irritação nos olhos, além da necessidade de fazer uso de máscara.

Índice Mundial de Qualidade do Ar nesta terça-feira, 2 (Reprodução)

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2024, o território roraimense já registrou mais de 1 milhão de hectares queimados, o que representa 54% da área total do estado afetada pelas chamas.

De acordo com o meteorologista Willy Hagi, da Meteonorte, a situação do Estado é alarmante. “Esse aumento de queimadas representa uma ameaça para os ecossistemas únicos da região e são um risco muito sério para a saúde pública local”, escreveu nas redes sociais.

O meteorologista Willy Hagi (Reprodução/Redes Sociais)

Segundo uma publicação da Meteonorte, o El Niño ainda não acabou. Apesar do fim estar cada vez mais perto, ele continua ativo e com intensidade forte. O consenso entre alguns modelos de previsão climática indicam o término do El Niño para maio, com um curto período de transição para um novo evento de La Niña. Depois, a La Niña de 2024-2025 pode iniciar em julho.

Fenômeno smog

O meteorologista Ramon Alves, da Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hidricos de Roraima, afirma que uma das principais causas da fumaça em Boa Vista é a grande quantidade de focos de foco, que são registradas em todo o Estado de Roraima, além da queima dos canaviais na Guiana, que contribui para piorar o quadro.

“As chuvas amenizaram os focos de fogo, criando uma neblina, mas a fumaça a inda persiste, o que forma um fenômenos chamado smog”, disse o especialista.

Ainda de acordo com Alves, a situação só deve melhorar quando o período chuvoso começar com mais intensidade, em especial no setor norte-nordeste de Roraima, o que deve ocorrer com mais frequência na segunda quinzena de abril, a exemplo do que já se registra na região sul do Estado.

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Editado por Adrisa De Góes