Reconstrução de aldeia Xavante atingida por incêndio vai preservar características da etnia
28 de fevereiro de 2024
22:02
Davi Vittorazzi – Da Agência Cenarium
CUIABÁ (MT) – A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) autorizou um projeto, com a MT Participações e Projetos (MTPAR), para construção de novas casas para a população Xavante da aldeia Santa Clara, em Campinápolis (a 565 quilômetros de Cuiabá). Desde o ano passado, 70 indígenas estão desabrigados devido a um incêndio na localidade.
As chamas na aldeia começaram no dia 22 de setembro de 2023 e destruíram nove casas. Ninguém ficou ferido. Na comunidade indígena vivem 270 pessoas. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Corpo de Bombeiros fizeram o combate às chamas que seguiu até o dia 23. Desde que ocorreu o incêndio, os indígenas estavam morando com outras famílias da aldeia.
A MTPAR é a encarregada pelo projeto, o qual foi desenvolvido com materiais antichamas e de acordo com especificações que respeitam as características culturais da etnia. A habitação contará com 86 metros quadrados de área construída, adotando o formato octogonal, cobertura radial e piso de cimento queimado. Veja o projeto abaixo.
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Não serão implementadas divisórias na área interna, alinhando-se à estrutura tradicionalmente empregada pelos indígenas. Na fachada, será integrada uma pequena área destinada às conexões de água e ao preparo de alimentos.
O projeto prevê que as estruturas sejam metálicas e de concreto. As paredes e as telhas vão ser construídas em material isotérmico, para dar mais conforto aos moradores. A previsão de construção, segundo a MTPAR, é de dois meses após construídas as estruturas. No entanto, ainda não há previsão de início das obras.
Segundo a MTPAR, a autorização da Funai foi feita em um termo de autorização do projeto. O governo do Estado será responsável pela construção das casas. Agora, falta a autorização dos indígenas que vivem no local para dar autorização para execução.
O incêndio
O fogo teria começado numa sexta-feira, no dia 22 de setembro, e se espalhou rapidamente pelo território devido ao tempo seco e altas temperaturas. As chamas também chegaram até a vegetação. A causa do incêndio não foi descoberta.
Ao todo, nove casas e parte da vegetação foi destruída. No dia seguinte, as chamas foram controladas com apoio do Corpo de Bombeiros, Ibama e Defesa Civil que atuaram no controle.
Apesar do susto, não houve registro de nenhum indígena ferido. À época, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (Setasc-MT) distribuiu roupas, cobertores, cestas básicas e kits de higiene e limpeza no local.