Resolução brasileira vetada na ONU pressiona EUA na guerra entre Hamas e Israel

Civil ampara idosa na guerra entre Israel e Hamas (Ali Jadallah/Agência Anadolu)

19 de outubro de 2023

10:10

Jefferson Ramos – Da Agência Cenarium Amazônia*

MANAUS (AM) – A resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) colocou pressão contra os Estados Unidos (EUA) que vetaram o documento aprovado por doze países e confirmou o protagonismo brasileiro, que preside o comitê até dezembro.

A resolução propunha pausar a guerra entre o Hamas e Israel para envio de ajuda humanitária aos civis palestinos na Faixa de Gaza, localidade que o País hebreu ameaça ocupar desde a semana passada.

Mesmo com maioria de votos, os Estados Unidos vetaram o documento argumentando que a resolução não reconheceu os direitos de Israel de se defender dos atos terroristas do Hamas, perpetrados no dia 7 de outubro.

Bandeiras da Palestina e de Israel (Reprodução/Freepik)

Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França são membros permanentes do Conselho de Segurança. Nenhuma resolução é aprovada sem voto favorável destes países. Reino Unido e Rússia se abstiveram.

A França votou favorável e entendeu que a resolução reconhece o direito à autodefesa de Israel. O texto teve doze votos de apoio: Brasil, França, Malta, Japão, Gana, Gabão, Suíça, Moçambique, Equador, China, Albânia e Emirados Árabes. O conselho é formado por 15 membros.

Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, lembrou que o presidente norte-americano, Joe Biden, está, neste momento, na região do conflito, o que, segundo ela, demonstra o envolvimento do País no tema. “Apesar de reconhecermos o desejo do governo brasileiro de aprovar a proposta, acreditamos que precisamos deixar essa diplomacia acontecer”.

Fundado em 1987, o grupo tem uma mista atuação entre organização política social e força armada (Reprodução/Getty Images)
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O esforço diplomático do Brasil para tentar mediar o conflito reposiciona o País após quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em que o Brasil ficou à margem das discussões de fóruns multilaterais globais.

Na última quinta-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog.

Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Em postagem nas redes sociais, Lula afirmou ter agradecido o apoio para a operação de retirada dos brasileiros de Israel, além de ter reiterado a condenação brasileira aos ataques promovidos pelo grupo Hamas, que o presidente classificou como atos terroristas.

(*) Com informações da Agência Brasil e Brasil de Fato
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Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga