Saberes tradicionais reunidos em festival fortalecem o desenvolvimento sustentável nas margens da BR-319

O Turismo de Base Comunitária (TBC) é uma das pautas para o festival que acontece na comunidade que fica às margens da BR-319 (Marcos Amend/Reprodução)

30 de janeiro de 2023

21:01

Mencius Melo – Da Agência Amazônia

MANAUS – Reunir os saberes das populações tradicionais para ajudar a alavancar o empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável na Comunidade do Careiro Castanho, município localizado às margens da BR-319, estrada que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. Essa é a proposta do Festival “Saberes da Floresta”, que acontecerá entre os dias 2, 3 e 4 de fevereiro, no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Professora Maria Adelaide Marinho Hortência, no quilômetro 111 da BR-319.

O festival dispõe de programação totalmente voltada para o desenvolvimento de uma agenda positiva para os comunitários. A proposta é munir os moradores com informações técnicas para a construção de ações que rendam dividendos a partir de agroecologia, turismo de base comunitária e bioprodutos.

O evento conta com a participação dos povos tradicionais da Amazônia, agricultores, produtores, jovens e mulheres empreendedoras. A iniciativa é das organizações da sociedade civil “Casa do Rio” e Wildlife Conservation Society (WCS Brasil) com apoio da Fundação Segré.

Um fio que corta a imponente Floresta Amazônica. Assim é a BR-319, que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia (Reprodução/WCS/Marcos Amend)

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, Eliane Soares, diretora da “Casa do Rio”, declarou que o festival é de uma importância única. “É muito importante a promoção desse evento voltado para os interesses, necessidades e potencialidades dessa região que tem suas particularidades, devido à influência da BR-319″, destacou a diretora.

A profissional também ressalta que além da singularidade da estrada, o “Saberes…” vem para reforçar a comunidade. “O evento é para os moradores, tornando-os protagonistas, abrindo espaço para que eles possam apresentar experiências, vender seus produtos e adquirir mais experiência. Assim, eles aprimoram seus negócios“, detalhou.

Essencial

Segundo Marcos Amend, diretor de conservação da WCS Brasil, a economia pode e deve ser uma aliada da floresta. “O que a WCS tenta fazer é entender as necessidades e potencialidades das populações tradicionais, porque isso é essencial para compatibilizar conservação da natureza e o desenvolvimento regional”, adiantou.

Para Marcos, iniciativas como o do festival “Saberes da Floresta” vem para clarear esses horizontes. “Com o festival, nós queremos explorar as oportunidades de quem vive na região”, explicou.

Balsa transporta veículos da margem onde está localizada Manaus, a capital do Amazonas, até o porto de Careiro Castanho, onde se inicia a BR-319 (Reprodução/Blogspot)

Ainda de acordo com o ambientalista, a ideia de um outro mundo é possível quando se fala de recursos naturais, por isso o binômio “homem x natureza” precisa ser uma outra realidade em se tratando de Amazônia.

“Temos que fomentar o empreendedorismo e reforçar que uma economia aliada à manutenção da floresta não é só possível, mas, sim, fundamental para todos nós”, finalizou Marcos Amend.