05 de março de 2024
21:03
Davi Vittorazzi – Da Agência Cenarium
CUIABÁ (MT) – Roberto José Stopa (PV), vice-prefeito e secretário de Obras de Cuiabá, tomou posse como prefeito da cidade nesta terça-feira, 5, na Câmara Municipal dos Vereadores. Após a assinatura que assume o cargo, o chefe do Executivo em exercício disse que pretende centralizar as compras emergenciais, a fim de evitar supostos desvios. Além disso, o político reforçou uma operação de tapa-buracos na capital mato-grossense.
Stopa deve ficar no cargo por, pelo menos, seis meses, período determinado do afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB), após pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT). Segundo relatório do MP, Pinheiro seria chefe da organização criminosa para desvios de recursos da prefeitura.
Na cerimônia de posse, o agora prefeito em exercício, José Stopa, disse que uma das primeiras metas é a eliminação de buracos e a limpeza da cidade, além de centralizar as compras emergenciais para que haja ciência sobre o que passa pela gestão municipal.
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“Sem ficar olhando para o retrovisor o que fez ou deixou de fazer. Não importa o passado, quero que me julguem pelo que vou fazer a partir deste momento”, frisou Stopa após a assinatura de posse.
Aspecto político
Como secretário da Pasta de Obras, Stopa recebe críticas frequentes, por parte da população, devido ao estado da cidade, que apresenta obras inacabadas e uma série de buracos nas ruas em diversos pontos da capital. Esta é a segunda vez que ele fica no comando do Executivo após a Justiça afastar Emanuel Pinheiro.
Do ponto de vista político, ser empossado como prefeito é uma vantagem estratégica, mesmo que não intencional, para a corrida eleitoral de 2024. Stopa já lançou pré-candidato pelo Partido Verde (PV). O problema é que a sigla compõe federação com o PT e PCdoB, que têm outras preferências, como é o caso do PT, que possui nome eleito no Diretório da Capital, o deputado estadual Lúdio Cabral.
Justiça pede afastamento
Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na segunda-feira, 4, após pedido feito pelo MP-MT. O processo está sob sigilo de Justiça. A decisão monocrática foi do desembargador Luiz Ferreira da Silva. Pinheiro foi notificado da manifestação na tarde de segunda, mas não se manifestou. Ele tem 15 dias para recorrer.
Em seu segundo mandato, esta é a segunda vez que Emanuel Pinheiro é afastado do cargo. Desde o início da gestão, em 2018, até o fim do ano passado, a administração municipal já foi alvo de 19 operações policiais relacionadas a desvios, principalmente, na pasta da Saúde.