37 anos de Zé Gotinha: entrevista com o criador revela a história de um dos símbolos mais queridos do País

Darlan Rosa, um dos primeiros rascunhos do personagem e o Zé Gotinha atual (Joédson Alves /Agência Brasil)

18 de setembro de 2023

14:09

Márcia Guimarães – Especial para Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – Conheci o jornalista, publicitário, escultor e artista multimídia Darlan Rosa, 77, quando ele esteve em Manaus em fevereiro deste ano, para o Prêmio United Earth Amazônia, voltado à preservação ambiental, e para o qual ele criou a escultura do troféu. O desejo de fazer esta entrevista nasceu quando soube que era ele o criador do Zé Gotinha, personagem nascido na campanha do Brasil para erradicar a poliomielite. Me encantei com sua história e carreira. O Zé Gotinha, esse já era para mim como um amigo de infância.

Neste mês, Darlan e Zé Gotinha ganharam bastante espaço no noticiário e nas propagandas do governo federal. Nesta segunda-feira, 18, foram celebrados os 50 anos do Programa Nacional de Imunização (PNI) e, também neste mês, o personagem completou 37 anos. A visibilidade é um reconhecimento a quem ajudou a consolidar o sucesso da vacinação no Brasil, referência mundial por sua eficiência.

O último caso de poliomielite, por exemplo, foi registrado em 1989. É também um sinal do momento atual de resgate das vacinas, desprezadas em anos anteriores, o que levou o país ao retrocesso em índices de imunização e ao retorno de doenças, como o sarampo. Zé Gotinha até desfilou em carro aberto no evento cívico de 7 de setembro em Brasília, sendo muito aplaudido pelo público.

Artista plástico e criador do Zé Gotinha, Darlan Rosa posa para fotografia em sua residência. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Como parte dessa retomada, via Ministério da Saúde, Darlan produziu e lançou na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 1º de setembro, o livro infantil “Zé Gotinha – Herói Nacional”, que fala sobre vacinas e conta um pouco da trajetória do personagem. A publicação está disponível, impressa e em formato digital, no site do Ministério.

Darlan não só criou o Zé Gotinha, em 1986, como batalhou durante dois anos para que o Ministério da Saúde o aceitasse como símbolo da campanha de vacinação contra a poliomielite. Percorrendo todos os Estados do País para conquistar os corações dos vacinadores e propondo um concurso para as crianças escolherem o nome do bonequinho feito de gotas, o artista convenceu as autoridades e, assim, o Zé Gotinha já nasceu como um caso de amor do Brasil, amado por Darlan, abraçado pelos vacinadores e adorado pelas crianças. Curiosidade: o primeiro nome dele era Vax.

Para marcar o lançamento da Campanha Nacional de Multivacinação do Ministério da Saúde, o Zé Gotinha foi na Rodoviária do Plano Piloto para conscientizar a população sobre a importância da vacinação. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O trabalho no Ministério da Saúde também levou Darlan a conhecer a Amazônia profunda, em viagens de barco, levando às comunidades um projeto de arte-educação que usava o teatro para educar sobre malária, dengue, AIDS e outras doenças. Foram seis viagens em um ano e ele chegou a fazer o percurso entre as cidades de Afuá, no Pará, e Coari, no Amazonas. “É um senhor percurso, passei um aperto na pororoca”, lembra.

Em nossa conversa, perguntei a Darlan se ele diria que tem algo de Zé Gotinha e o Zé Gotinha tem algo dele. “Segundo a lei de direito autoral, a criatura é extração do caráter do criador. Respondendo sua pergunta, as pessoas dizem que ele tem muito a ver comigo. E eu também acho”, respondeu.

Nas próximas linhas, leia a entrevista que nasceu do nosso bate-papo.

CENARIUM AMAZÔNIA – Como o projeto de concepção do Zé Gotinha chegou a você?

DARLAN ROSA – O Brasil firmou um compromisso com as Nações Unidas de erradicar a poliomielite até 1990. Em 1986, fui convidado a fazer uma logomarca para esse compromisso, nada a ver com campanha. Eu é que tive a ideia da campanha, porque até 1971, eu tinha um programa na televisão onde eu contava histórias para as crianças e fazia várias campanhas voltadas ao público infantil. Me ocorreu a ideia que se poderia, por meio dessa logomarca, criar um personagem para fazer uma campanha de combate à pólio. Fiquei muito animado com isso e fui ver um dia de vacinação em um posto de saúde. Vi que era uma coisa muito tensa, as crianças tinham muito medo da vacina. Aí, tive a ideia de fazer da vacinação um dia de alegria e trazer a criança como protagonista desse evento, a criança seria sensibilizada a lembrar os pais do dia da vacinação. Para isso, eu precisava de um personagem que pudesse se comunicar com as crianças.

CA – Como nasceu a ideia dos traços do personagem?

DR – Conversei com uma vacinadora dizendo que estava pensando em fazer um personagem para ser símbolo da vacinação contra a pólio e perguntei: “O que você acha?” E ela falou assim: “Então você procure fazer um personagem muito simples, para que qualquer pessoa possa desenhar, porque aqui nós temos que fazer cartazes quase todos os dias comunicando locais de vacinação e outras coisas”. Naquela época, os cartazes eram feitos com pincel atômico, à mão. Então, quando concebi o Zé Gotinha, o primeiro boneco não tinha nem mãozinha, nem pezinho, que era para as vacinadoras poderem desenhá-lo. Aí, depois quando surgiu a ideia de fazer um boneco para ir para o posto de saúde, aí sim, teve duas mãozinhas. No livro que lancei agora na Bienal do Rio de Janeiro, mostra toda essa evolução.

Evolução do personagem Zé Gotinha (Arquivo Pessoal)

CA – A ideia inicial, então, era criar uma logo que seria usada em documentos do Ministério da Saúde, algo assim?

DR – Essa era a ideia a princípio. Aí, quando apresentei o bonequinho, como sendo símbolo da campanha, o Ministério não gostou muito. Me disseram: “Não, eu quero um logotipo, que a pessoa olhe e saiba que se trata do compromisso de erradicação da pólio”. Aí coloquei o bonequinho andando sobre os anos de 1986 até 1990, isso foi a logomarca. Como na pólio, a criança não consegue se locomover, ou caminha com dificuldade, aí tem um sentido. Mas fiquei insistindo para usar o bonequinho, para as campanhas de publicidade. O Ministério tinha muito receio de que se o boneco fracassasse na comunicação, como o Brasil precisava vacinar 25 milhões de crianças na campanha, seria um prejuízo muito grande. Além do que, algumas pessoas do Ministério achavam que não tinha sentido associar uma fantasia com vacina, que é ciência, achavam que seria ridículo. Então, levei dois anos para convencer o Ministério a usar o boneco nas campanhas.

CA – E como você conseguiu convencer o Ministério?

DR – Eu falei pro ministério: “Vamos fazer um concurso para as crianças darem um nome ao personagem e aí vamos ver se realmente ele tem capacidade de mobilizar as crianças. Só que vieram 11 milhões de cartas. Aí não havia mais dúvidas. As cartas foram enviadas a todas as secretarias de Saúde dos Estados e municípios. A triagem foi feita a nível estadual e municipal. Só que a gente percebeu que o nome Zé Gotinha era recorrente. Então, a comissão julgadora achou por bem selecionar todos os que tinham sugerido o nome Zé Gotinha e sortear uma carta para premiar uma criança que escolheu o nome. O prêmio foi uma casa e uma caderneta de poupança. E assim o nome surgiu como uma necessidade de testar o personagem.

CA – O concurso foi a única estratégia para convencer o Ministério?

DR – Teve uma outra coisa muito importante. Durante os dois anos em que o Ministério não aceitava o personagem nas campanhas, por meio de um convênio com o Unicef, eu viajei todos os Estados levando uma oficina para ensinar as vacinadoras, os profissionais de saúde, a fazer cartazes usando o personagem. Eu fazia palestra, explicava o que era o personagem, quais eram as vantagens dele, e houve um entusiasmo muito grande por parte desses profissionais, porque havia uma reclamação deles de que as campanhas eram feitas no Sul e, em 1986, a TV não cobria a Amazônia, nem todas as cidades do interior. Às vezes, se fazia uns comerciais aqui e as imagens não eram decodificadas pela cultura local. O rádio era um dos principais instrumentos de divulgação das campanhas, os locutores faziam mobilização dentro da linguagem deles. Aí os Estados começaram a fazer pressão no Ministério para colocar o Zé Gotinha nas campanhas, porque já estavam usando o personagem nos cartazes desde 1986. Em 1988, ele entrou de vez.

CA – Como surgiu a ideia de fazer o personagem no formato de gota?

DR – Como a ideia era fazer com que qualquer pessoa pudesse desenhar o personagem e como a vacina da pólio eram duas gotinhas, então primeiramente, eu ensinava as pessoas a desenhar duas gotas no papel, uma em cima da outra, como se elas estivessem caindo. Em uma gotinha você colocava os olhos e a boquinha e na de baixo você puxava os braços e as pernas. Uma coisa muito simples de fazer. Acho que essa simplicidade do boneco é que acabou conquistando as pessoas. Então, você vê, o nome foi dado pela população infantil, a ideia foi suportada, incentivada e abraçada pelos profissionais de saúde.

CA – Qual a importância desse envolvimento da população para a perpetuação do personagem?

DR – Durante esses 37 anos, não poucas vezes, o Ministério resolveu não usar o Zé Gotinha nas campanhas, mas os Estados nunca deixaram de usar. Agora, nós nunca tivemos um blackout tão grande quanto o do governo anterior, que aí não se usou de jeito nenhum o Zé Gotinha, porque não teve de fato campanha de vacinação.

CA – O governo passado chegou a criar umas representações, com mais de um personagem, uma família do Zé Gotinha, você viu? O que achou?

DR – Vi sim. Inclusive, agora, nessa gestão, pedi à ministra Nísia Trindade que acabasse com essa questão da família do Zé Gotinha, porque isso é um absurdo, sabe. A família do Zé Gotinha, a vacina não tem família, vacina é vacina. E depois, a gente entra em um problema muito sério de que família não é só homem e mulher, casal não é só homem e mulher. Então, ficou acertado que a gente não usaria mais família. As pessoas inventam muito, sabe, cada pessoa quer ter uma ideia diferente sobre o personagem. Eu não acho isso de todo ruim, não, porque isso faz com que ele fique vivo e que as pessoas tenham um certo pertencimento com ele.

CA – E como você vê essas outras representações do personagem?

DR – Eu fico colecionando pela internet, tem o Zé Gotinha bombado, tem Zé Gotinha…

CA – Teve um com uma arma na mão…

DR – Esse aí eu repudiei e deu uma briga boa, porque o problema foi o conceito. Na hora que você pega um governo que faz apologia da arma e coloca uma arma na mão do personagem, eu não gostei e fui à luta com isso. E isso entrou pelo Twitter [X, atualmente] e chegou a viralizar a nível mundial. Entrei pesado e acabou que o tiro saiu pela culatra, porque eu consegui matéria num jornal de Tóquio, no Le Monde, num jornal alemão, no El País, Times, uma rádio chamada RCB, que é uma rádio americana pública, como é a BBC, eles fizeram um programa de meia hora sobre o projeto, sobre as campanhas, eu fui duas vezes ao Globo News, tive uma página inteira na mesma semana no sábado e outra no domingo na Folha e dei entrevista no Bial sobre esse evento da seringa. Então, na verdade, isso trouxe o Zé Gotinha à tona, de uma forma ao contrário. O Flávio Bolsonaro deu um tiro no pé.

CA – Você acha que agora há um novo momento para o Zé Gotinha?

DR – Agora, eu vejo com muito bons olhos que esse governo está usando o personagem como um dos eixos de gestão, que a saúde vem em primeiro lugar, tendo que resgatar as vacinas. Os níveis de vacinação caíram muito, então é preciso correr atrás disso. O PNI, que está fazendo 50 anos, é considerado um dos maiores programas de vacinação do mundo. E você vê que, no desfile de 7 de Setembro, quando o Zé Gotinha apareceu, ele foi ovacionado, roubou a cena. Embora seja um símbolo de saúde, tenho a impressão de que vai evoluir para um símbolo de governo, sabe. Porque, se você pensar bem, o que é a saúde? A saúde é vacina, medicina, remédios, emprego, bem-estar, moradia. A saúde passa por todo o hall que o governo cuida e o broche do Zé Gotinha já está na lapela de todos os ministros.

CA – Qual é o papel do Zé Gotinha no sucesso das campanhas de imunização?

DR – O Zé Gotinha foi criado dentro do PNI, que tinha um setor de educação em saúde, eu já tinha essa pegada de educação, porque tudo que sempre fiz na vida teve esse objetivo de educação para crianças. Então, o Zé Gotinha não foi pensado apenas como um personagem de mobilização para as campanhas de vacinação. A mobilização era uma das atribuições dele, mas ele foi criado como um projeto educativo e continuado. A gente acreditava que a criança que estava sendo vacinada hoje, daqui a dez, 15 anos, tinha chance de ser pai e mãe, e ela também ia transmitir isso para o seu filho. Essa era a nossa crença e por isso fizemos muito material educativo. Acho que o grande sucesso desse personagem é que ele é um projeto educativo. Você não imuniza a população toda só com campanha. O que tem que ser atacado mesmo é a vacinação de rotina, garantir que todas as crianças até 5 anos estejam com todas as vacinas da infância e que os adolescentes continuem com suas vacinas pertinentes e os adultos também.

CA – Então você acha que o projeto Zé Gotinha, como um todo, contribuiu para que o PNI tivesse bons resultados ao longo dos anos?

DR – Com certeza. Quase todos os municípios têm o Zé Gotinha no posto de saúde. Ele é símbolo da vacinação. Então, com certeza, é um personagem que tem uma importância capital. Inclusive, nessa matéria feita na rádio americana, eles entrevistaram vários médicos, educadores, especialistas no Brasil e eles foram unânimes em afirmar que a vacinação no Brasil, o sucesso do PNI, tem muito a ver com esse personagem. Há dois anos, o PNI editou um livro sobre a história da vacinação no Brasil e nas Américas e eu fiquei surpreso com a declaração do diretor da OMS em Washington à época, que disse que ele pessoalmente levou o projeto do Zé Gotinha a todos os países da América Latina e eles, ou utilizaram o personagem, ou utilizaram a ideia de mobilizar criança para a vacinação.

CA – Você imaginava que o Zé Gotinha teria todo o alcance que acabou tendo? Porque eu diria que ele já extrapolou o papel de símbolo da saúde e passou a ser um símbolo do Brasil…

DR – Está no imaginário das pessoas. Para ser bem honesto, eu não imaginava que fosse ser tanto assim, até porque tinha receio que no Brasil as coisas não costumam ter continuidade. Mas você vê, o Zé Gotinha tem 37 anos, é um recorde. Realmente me surpreendeu. Tudo que fiz na vida foi voltado para criança e o que tenho feito para criança, dá certo. Eu tinha certeza de que o Zé Gotinha daria conta do recado, mas o que me surpreende é que todo mundo leva ele para frente.

CA – Sobre os Zé Gotinhas que você vê na internet, que você disse que coleciona, qual foi o que mais te chamou a atenção?

DR – Foi um Zé Gotinha bombado. Era um jovem, que deve fazer fisiculturismo, todo musculoso, aí ele botou uma cabeça de Zé Gotinha, uma malha mostrando a musculatura e publicou na internet, uma coisa bem-humorada. De vez em quando tem umas coisas meio deprê, mas aí eu acho que tudo isso movimenta.

CA – E o que você acha que faz do Zé Gotinha essa figura tão querida e abraçada pela população brasileira?

DR – Eu me pergunto sobre isso e realmente não consigo imaginar. Talvez por ele ser fofinho, redondinho, por ser uma figura… Porque é o seguinte, as crianças de um modo geral, quando elas pegam um boneco, gostam de colocar roupa, vestir, e mesmo imaginar que aquele boneco possa viajar, voar, ser um super-herói. E o Zé Gotinha, por ser uma figura muito simples, dá margem a se inventar sobre ele. Então, acho que é isso.

CA – Nesse momento de retomada da vacinação, você acredita que o Zé Gotinha pode ajudar a melhorar os índices de vacinação novamente?

DR – Com certeza. Porque você tem um governo que está mostrando essa vontade de cuidar da saúde, de vacinar. Hoje em dia, se você tem só a imagem do Zé Gotinha, você já está falando de vacina, não precisa ter nada escrito, nem estar se falando nada. Então, quanto mais ele aparecer, das formas mais diversas, nas situações mais diversas, isso está criando uma comunicação favorável para a corrente da vacina. E, agora, o Ministério lançou o Movimento Nacional de Vacinação, que é justamente para reforçar com a população a vacinação de rotina, para que percebam que é o único caminho para se proteger. A pandemia mostrou para a gente que ela só foi arrefecendo quando chegou a vacina, e isso em um curto período de tempo. Com a pandemia, se falou muito de vacina, infelizmente teve muita fake news também. Por isso, acho que a gente deve ter um material educativo e levar para as escolas, como matéria mesmo de estudo. Para combater a fake news, só informação mesmo.

CA – Nesse sentido, o personagem tem papel importante no combate às fake news?

DR – Como o Zé Gotinha tem a simpatia da população, quando ele transmite uma informação, tem uma credibilidade. Inclusive, fiquei decepcionado porque durante a pandemia ele poderia ter lançado um programa informativo, educativo. Ele poderia estar dizendo para as pessoas ficarem em casa, lavarem as mãos, usarem máscara. Eu ainda fiz uma campanha por minha conta, nas minhas redes sociais, com o título “Fique vivo enquanto eu não chego”, vivo em dois sentidos, de fique esperto e de ficar vivo mesmo. Tentei ver se o governo pegava, mas infelizmente não havia clima.

CA – O que você espera para o Zé Gotinha daqui para frente?

DR – O que espero dele, primeiro, vida longa ao personagem, porque é importante que ele esteja aí no ar. Mas gostaria de ver um programa educativo nas escolas, usando o personagem. Esse livro que lancei agora, ele resgata o projeto de 1988, já foi um primeiro passo. Inclusive, esse livro foi feito pelo Ministério. Eu publiquei uma história em quadrinhos em 1988, que é mais ou menos a história desse livro de agora. Só que atualizei e fiz em forma de livro infantil, que acho que é mais próprio para ser utilizado. Foi lançado na Bienal e tem uma versão on-line no site do ministério. O Ministério também está fazendo uma exposição de arte com o Zé Gotinha.

Paixão pela educação e pelas artes

Darlan Rosa tem 77 anos de idade e é um mineiro, nascido na cidade de Coromandel, radicado em Brasília desde 1967. Ainda criança, aprendeu a desenhar e a lidar com as tintas trabalhando com o pai em sua fábrica de ladrilhos. É jornalista e publicitário por formação. Em Brasília, muito jovem, atuou na televisão como produtor, diretor e apresentador de programa infantil. Atuou também como professor universitário.

Além de criar o Zé Gotinha, trabalhou internacionalmente na criação de animações para campanhas de saúde em vários países. Em Angola, trabalhou na erradicação da pólio, com comunicação oral, reunindo 1 milhão de entregadores de mensagem oral, que levavam mensagens sobre a erradicação da pólio, durante as missas, comícios, nas feiras, em uma mobilização ‘boca a boca’.

Atualmente, Darlan tem se dedicado às esculturas, e, segundo ele, sua obra escultórica está em vários países, sendo 34 obras em nove países. Possui mais de 50 obras exibidas no Brasil e exterior. Muitas delas estão em Brasília, onde é autor de um parque de esculturas no Centro Cultural Banco do Brasil, no qual as crianças brincam dentro das esculturas.