Admiradores, amigos e familiares prestam homenagens ao ex-governador Amazonino Mendes

Cerimônia foi aberta ao público a partir das 17h (Jander Souza/CENARIUM)

16 de fevereiro de 2023

20:02

Priscilla Peixoto e Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

MANAUS – Familiares, amigos, políticos e admiradores de Amazonino Mendes prestam as últimas homenagens ao líder político que morreu no último domingo, 12, em São Paulo. O corpo do ex-governador chegou em Manaus por volta das 11h desta quinta-feira, 16, e foi levado em um carro fúnebre ao Teatro Amazonas, onde será velado, em cerimônia aberta ao público, até o sábado, 18.

A visitação do público iniciou às 17h, por ordem de chegada, seguindo até as 5h do sábado, em regime de 24h. Não há necessidade de senha. Para o pescador José Pedrosa, 80, o momento de despedida traz boas memórias guardadas com carinho, principalmente, dos tempos de escola, quando estudaram juntos.

O pescador José Pedrosa foi se despedir do antigo colega de aula, Amazonino Mendes (Gabriel Abreu/CENARIUM)

Foi um grande aluno de Álvaro Maia. Um bom colega e muito amigo da minha mãe. Lembro que ele dizia que tomava conta do nosso Amazonas para ‘paraquedistas’ não entrarem aqui. Se tornou um grande governador. Nenhum outro fez o que ele fez nesse Estado. Temos muito a agradecê-lo“, rememorou Pedrosa.

A diarista Antônia Sueli, de 62 anos, também deixou uma palavra de carinho ao ex-governador. A amazonense diz ter orgulho de ter vivido a gestão do amazonense. Para Antônia, as memórias relacionadas a Amazonino remetem ao sentimento de gratidão.

“Foi uma pessoa que ajudou muita gente aqui no Amazonas. Ele é merecedor de todo reconhecimento. As lembranças que tenho, referente às políticas realizadas por ele, são boas, principalmente, quando falamos de moradia e asfalto. Ele asfaltou o nosso bairro do Aleixo, onde andávamos na lama. Amazonino vai ficar vivo em nossa memória”, diz Antônia.

A diarista Antônia Sueli também foi prestar as homenagens ao ex-governador (Gabriel Abreu/CENARIUM)

‘Ele foi amado’

Emocionada, a filha do ex-governador, Lívia Mendes, falou com a imprensa sobre os últimos momentos com o pai e comentou sobre ele se tornar um dos nomes mais bem quistos entre os amazonenses “(…) Eu cheguei no aeroporto domingo e fui direto para o hospital. Ainda pude falar com ele e ele ainda olhou para mim, e a última frase que falei para ele foi: ‘você é muito amado, muito obrigada por tudo‘, e ele foi tranquilo e sem deixar nada por fazer. Isso é uma coisa extraordinária em que a maioria das pessoas não consegue chegar, às vezes, com menos idade do que ele, partir e dizer que conseguiu se realizar. E ele se realizou e deu tudo de si. Um presente de Deus na vida da gente”, comenta Lívia.

Ela também fala sobre a importância do pai para o cenário político do Amazonas. “Eu acredito que uma pessoa que já nasce com o nome do Estado e, desde jovenzinho, querer ser esse alguém que ele foi é um exemplo para a gente que, muitas vezes, desiste das coisas. Se olharmos o que ele alcançou e construiu, sabemos que não foi do nada, teve muito estudo com lamparina, abnegação, amor pelo próximo (…). Ele não foi uma pessoa perfeita, mas dentro de suas imperfeições existiu uma grande qualidade, a generosidade e a sabedoria que ele tinha de resolver os problemas da comunidade, às coisas mais complexas”, comenta a filha do ex-governador.

Ex-governador do Estado do Amazonas Amazonino Mendes (Reprodução/Instagram)

Expoente político

Na fila para se despedir do ex-governador, o presidente do Sindicato dos Camelôs, José Assis, ressaltou sobre a visão política de Amazonino. “Ele era amigo dos amigos. Foi o maior expoente político que esse Estado já teve. Homem inteligente, sagaz, capaz de ‘sacar’ uma UEA. Fez um grande trabalho e tem que ser reverenciado”, diz José.

O ex-governador José Melo também foi ao Teatro Amazonas para prestar homenagens ao líder político. Melo relembrou os momentos com Amazonino durante as últimas eleições. “Ele sabia que seria uma disputa com enormes dificuldades e, como todo guerreiro político, não poderia fugir à última batalha, e estive ali ao lado dele. Infelizmente, não tivemos êxito, mas fizemos o que a gente mais gosta, que é o convívio com o povo, no dia a dia. Esse era Amazonino, nunca fugia ao desafio“, destaca Melo.

Para Elisabeth Ribeiro, Amazonino será lembrado por ser um “eterno apaixonado pelo Estado“. “O Amazonas perde muito, por todas as histórias, por ser um grande político e também digo que ele era tão apaixonado pelo Estado dele que, com certeza, vai olhar por todos nós (…) Mesmo que saibamos que a única coisa certa que temos na vida é a morte, ninguém está preparado para perder quem se ama. Sou solidária à família e reforço que Amazonino deixou um legado, foi um grande homem”, comenta Elizabeth.

A Cerimônia foi aberta ao público no tarde desta quinta-feira, 16 (Jander Souza/ REVISTA CENARIUM)

O corpo de Amazonino chegou ao Teatro Amazonas por volta das 13h. Na chegada ao teatro, o corpo foi recebido pela sobrinha de Amazonino Mendes, Mônica Mendes. As primeiras homenagens, no local, tiveram início às 14h e foram reservadas para familiares e autoridades.

Amazonino Mendes tinha 83 anos e morreu no último domingo, 12, após ficar pouco mais de um mês internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O político combatia um quadro de pneumonia. Mendes foi um notório e influente político no Estado, onde cumpriu quatro mandatos como chefe do Executivo estadual, três vezes prefeito de Manaus e eleito senador uma vez. Amazonino deixa um legado histórico na política amazonense.