Alto preço e indefinição política e econômica diminuem procura por passagens aéreas no Brasil

Conforme o estudo, o Nordeste é unanimidade quando o assunto é férias com pé na areia e banho de mar (Reprodução)

26 de novembro de 2022

16:11

Gabriel Abreu – Da Agência Amazônia

MANAUS – A indefinição no cenário político e econômico brasileiro e passagens aéreas mais caras diminuíram a procura por viagens para as festas de fim de ano. Os amazonenses que escolherem passar Natal e Ano Novo fora do Estado vão sentir no bolso os preços altos das passagens aéreas. E quem decide pagar pelo alto preço tem escolhido o Nordeste, aponta pesquisa.

A Booking.com realizou um levantamento inédito, apenas em território nacional, para entender o comportamento dos viajantes do País quando visitam o litoral. Conforme o estudo, o Nordeste é unanimidade quando o assunto é férias com pé na areia e banho de mar. Afinal, no ranking das cinco melhores praias do Brasil, quatro estão localizadas na região.

O economista Orígenes Martins disse à AGÊNCIA AMAZÔNIA que as viagens internacionais estão mais caras e que, agora, o melhor momento é viajar para outras regiões do País. Segundo ele, a guerra da Ucrânia com a Rússia impactou, diretamente, os preços das passagens aéreas internacionais.

“Está bastante complicado pela elevação excessiva do preço das passagens, além da questão cambial. O dólar, tendo uma alta bastante considerável, e também os problemas que estão sendo vividos por países da Europa e nos Estados Unidos, em função da guerra da Ucrânia com a Rússia, estão causando problemas, inclusive, agora, com a chegada do inverno, até no aquecimento das residências, por conta da falta de combustível”, explicou o economista.

Praia de Jijoca de Jericoacoara do Ceará (Ricardo Rollo/Reprodução)

Opção regional

O agente de viagem Olímpio Carneiro informou que a indefinição da política causou um movimento fraco para o fim de ano e que a saída dada pelos amazonenses são pacotes para hotéis de selva e hotéis em Manaus.

“Estamos vendo um movimento muito fraco esse ano por conta da indefinição política e econômica do novo governo que inicia em 1° de janeiro, o que fez muita gente não querer viajar no fim desse ano. Outra questão também são as passagens aéreas, que estão com preços bem acima da média, o que também faz diminuir a procura”, afirmou Carneiro.

Perspectiva no turismo

O economista Orígenes Martins explicou que, no Brasil, há uma perspectiva de mudança para o início do ano que vem, por conta da insegurança institucional, essa questão política com a indefinição de nomes de plano de governo, de estrutura e, até mesmo, que tipo de práticas econômicas serão adotadas.

De qualquer forma, para o Brasil, o turismo interno está aquecido e faz com que todos os setores da economia estejam bastante ouriçados, digamos assim, e os preços acabam sofrendo as alterações, tanto que os preços das passagens, mesmo aquela doméstica, poderiam estar bem menores, até porque, segundo as próprias operadoras, o número de voos aumentou bastante em relação ao ano passado, o que, teoricamente, deveria ter feito com que os preços diminuíssem bastante”, esclareceu o economista.