10 de dezembro de 2020

13:12

Gabriel Abreu

MANAUS – Dados divulgados nesta quinta-feira, 10, pela Articulação dos Povos Indígenas (Apib) dão conta que os estados da Amazônia Legal já registraram 691 mortes de indígenas vítimas da Covid-19. Os estados que mais possuem óbitos são Amazonas, com 211, e Mato Grosso, com 139. Juntos, os dois estados concentram 50% das mortes.

O primeiro caso da doença em indígena foi registrado em uma jovem de 20 anos, do povo Kokama, no dia 25 de março, no município amazonense Santo Antônio do Içá (a 881 quilômetros de Manaus). O contágio foi feito por um médico vindo de São Paulo a serviço da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que estava infectado com o vírus. Atualmente, os Kokama são os mais afetados em casos de mortes.

Segundo a Apib, Roraima ocupa o terceiro lugar, com 33 mortes, em seguida o Pará com 89, Maranhão 69, Rondônia 29, Acre 27, Amapá 21 e em nono lugar Tocantins, com 13 óbitos. Em todo o País, já são mais de 41.328 casos confirmados, 888 mortes e 161 povos afetados pela Covid-19.

Os dados do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, da Apib, incluem tanto indígenas que vivem nos territórios tradicionais, como os que vivem em contexto urbano, que se autodeclaram e possuem laços com seu povo, como dispõe a Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho.

A Apib reiterou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, não faz o atendimento e o registro dos indígenas que vivem em contexto urbano. A Articulação dos Povos Indígenas repudia esta medida e exige a revogação urgente da portaria 070/2004 para garantir que a SESAI atenda todos os indígenas.