Amazon reúne-se com governador Wilson Lima para traçar investimentos a AM

Wilson Lima (à esquerda) e Jeff Bezos (à direita) (Edição: Mateus Moura/Agência Cenarium Amazônia)

05 de dezembro de 2023

18:12

Mayara Subtil e Marcela Leiros – Da Agência Cenarium Amazônia

DUBAI (EAU) E MANAUS (AM) – O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), afirmou nesta terça-feira, 5, na 28ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP28), que a multinacional Amazon atendeu ao pedido dele e agendou duas reuniões para discutir “investimentos socioambientais” no Estado. Os encontros estão previstos para acontecer em até dois meses.

O encontro com promessa de investimento ocorreu cinco dias após Wilson Lima afirmar a jornalistas que a empresa deveria compensar o Amazonas pelo uso do termo na internet. Em 2019, após sete anos de disputas, a Corporação da Internet para Designação de Nomes e Números (Icann – na sigla em inglês) deu prazo final para que a Amazon e os governos de oito países sul-americanos com o bioma amazônico chegassem a um acordo sobre como usar a expressão “amazon”.

O governador foi recebido nesta terça, por representantes do “Bezos Earth Fund“, criado pelo bilionário Jeff Bezos, fundador da empresa. No fim de semana, o fundo filantrópico já havia anunciado o aporte de US$ 16,3 milhões (cerca de R$ 80,2 milhões) no combate ao desmatamento na Amazônia Legal. O governador do Amazonas questionou a empresa, na semana passada, pelo uso do termo que, em português, significa “Amazônia”, no último dia 30 de novembro.

A Amazon atendeu ao pedido do Amazonas. Ainda há pouco, nós fomos recebidos por dois representantes do fundo criado pelo bilionário Jeff Bezos, que é o dono da empresa. Ele já havia anunciado alguns investimentos para a Amazônia e, a partir de agora, a gente começa a discutir investimentos socioambientais especificamente para o Estado do Amazonas“, disse Lima.

O governador completou que a conversa está prevista para o início de 2024. “Ficaram pré-agendadas reuniões para janeiro, nos Estados Unidos, e uma outra para fevereiro, no Estado do Amazonas. Agora, se a gente não puder ter o apoio de uma empresa como a Amazon, que leva o nome do nosso Estado, da nossa região e do maior rio, a gente vai ter apoio de que empresa?“, declarou.

Assista ao vídeo:
Repercussão nacional

No dia 30 de novembro, o governador Wilson Lima disse, em entrevista a jornalistas, que a empresa americana deveria compensar o Estado pelo uso da palavra em inglês. A declaração do governador ficou entre os assuntos mais comentados da internet. Três dias depois, o fundo filantrópico de Bezos anunciou o investimento destinado para apoiar os “planos inovadores do Estado do Pará”.

O investimento visa zerar o desmatamento ilegal nos próximos três anos, a fim de criar “o maior sistema de rastreabilidade animal do mundo“, conforme prevê a gigante americana. “A Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente quer saber. Esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer lá na COP”, declarou. 

Ao todo, os recursos destinados pela Bezos Earth Fund somam US$ 57 milhões a projetos ligados ao futuro da alimentação e do meio ambiente. Além disso, outros US$ 850 milhões serão investidos até 2030 no apoio à implementação da agenda global emergente sobre sistemas alimentares e clima.

Perfomance global

A escolha do nome “Amazon” para a gigante do comércio eletrônico não foi aleatória. Criada em 1994 como uma livraria on-line, na garagem de Jeff Bezos, a empresa, inicialmente, chamava-se “Cadabra”, mas uma preocupação com possíveis associações negativas levou a uma mudança.

Segundo informações publicadas no site da Amazon, Bezos, estrategicamente, escolheu o termo em referência ao Rio Amazonas, o maior do mundo e localizado na região amazônica, expressão que estava em alta na década de 1990, em meio à realização da ECO-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Conferência do Rio ou Cúpula da Terra, evento das Nações Unidas realizado no Rio de Janeiro de 3 a 14 de junho de 1992. 

Leia mais: Jeff Bezos fará aporte milionário na Amazônia após cobrança de Wilson Lima
Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzagha